Exposição Prolongada à Ficção Científica  

   um blog de Luís Filipe Silva


29 Março 2008

A ARTE DE FAZER LIVROS DE PAPEL vista numa diferente perspectiva com este pequeno exercício de destreza manual e com direito a encadernação e sobrecapa. Via Bibliotecário de Babel.

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AINDA HÁ BLOGS QUE MERECEM SER LIDOS, e pequenos universos ficcionais que convidam à descoberta inusitada, assim, num sábado de manhã, enquanto a vida reclama outros afazeres, pequenos prazeres inconfessáveis. Trata-se de um blog sobre imagens e confissões pessoais de Luc Santé, autor nascido na Bélgica e criado nos EUA, entre as quais se encontram pequenos tesouros como este:

«If you have spent an appreciable amount of your life acting in opposition to a prevailing set of mores, you will eventually come to appreciate the importance of those mores as a point of reference. Gradually, it will occur to you that in addition to opposing that way of life, you require its presence, in various subtle ways, and not simply for the friction. Around the time you realize this, however, you will also realize the fragility of your nemesis. You once had the luxury of thinking of it as a monolithic force; it stood for a political position, an ethics, an aesthetics - and now it will turn out to be made up entirely of people. You will only be fully aware of this when those people have died out.»

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18 Março 2008

DOS NOVE MIL MILHÕES DE NOMES de Deus, à sentinela que nos aguardava na Lua, à fabulosa incursão por um artefacto ecológico que se adentrou no sistema solar (e onde tudo acontecia em trios), à viagem a uma colónia distante numa nave cujo propulsor refulgia mais do que o sol, aos perigos e atribulações da transmissão de matéria (e que teve honras de leitura na rádio quando foi publicada pela Argonauta), ao contacto com uma entidade extraterrestre responsável pela nossa evolução, a uma visita à terra por um embaixador de Titã, um dos grandes pilares da FC durante o século passado que, constantemente, demonstrou como a ciência se combinava com a ficção para criar obras de especulação mestra, acabou hoje de ser vítima do Tempo. Arthur C. Clarke is no more.

[Alguém reconhece os textos indicados? (Não se trata de um grande desafio para um bom conhecedor.)]

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15 Março 2008

APRÉS NOUS, LA DÉSOLATION. Um minúsculo artigo sobre o mundo sem a nossa presença, com imagens que inspiram múltiplas ficções. É interessante notar que, ao equacionarmos a ausência de seres humanos sobre a Terra, estamos sempre a considerar que a espécie terá desaparecido por completo, o que faz sentido nas nossas impossibilidade actual de construimos um habitat permanente noutro local do universo, mas este truísmo não será necessariamente verdade para uma civilização avançada - a espécie pode simplesmente ter migrado para mais além, abandonando a Terra como se abandona o ninho ou a casa em que se nasceu, antes da morte do Sol ou simplesmente por que sim. Melhor do que este artigo é sem dúvida o trabalho de investigação de Alan Weisman em O Mundo Sem Nós (edições Estrela Polar). Lisboa continua a ser uma das capitais ignoradas nestas especulações; alguém estaria interessado em contribuir com um pequeno texto? Mesmo que seja um conto breve, como aquele de Frederick Brown que começa assim: «O último homem à face da Terra descansava sozinho no quarto. Alguém bateu à porta...» 

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12 Março 2008

ISSO É BEM VERDADE. «Não se aprende a escrever romances, aprendeu-se a escrever este romance em concreto.» Neil Gaiman.

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11 Março 2008

DEPAREI-ME VÁRIAS VEZES COM O LIVRO em causa mas nunca me ocorreu que fosse de autoria portuguesa - Rusty Brown, ou seja, Miguel Barbosa, com os seus Crimes no Espaço. O Nuno Fonseca, que foi quem me chamou a atenção, anda a lê-lo, esperemos que faça uma crítica no final. É interessante como em tempos pensei criar um artigo sobre uma pseudo-história ficcionada da FC portuguesa, na qual se teria gerado um movimento pulp bastante forte e intenso durante os anos 40 e 50, dando azo a um género animado e repleto de autores (uma versão nostálgica de um passado que não foi) que assinariam em pseudónimos estrangeiros para vender... e acabo por descobrir que, na realidade, embora estivesse longe de ter tido relevância e qualidade, o número de escritores pulp portugueses com pseudónimo de FC cresce dia a dia...

(P.S. - o Nuno também publicou uma crítica à Bondade dos Estranhos, do João Barreiros, no Orgia Literária, que merece leitura.) 

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SITE PRECISA DE COLABORADORES. Desta feita é o interessante «Bela Lugosi is Dead», um site sobre cinema de terror (e não só) mantido pelo portuense Rui Pedro Baptista. Procura colaboradores que contribuam com artigos. Eis uma boa oportunidade para (por exemplo) se iniciarem nas lides do blogging. Mais informações aqui.

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09 Março 2008

MESMO A VONTADE DE CONHECER e divulgar a história da ficção científica em português não é suficiente para resistir ao produto acabado, quando o temos finalmente entre mãos para apreço. W. Strong-Ross, a.k.a. Francisco Azevedo (que surge como «tradutor» de todas as suas obras), autor nascido no século XIX, pode ter dedicado parte da sua vida a escrever histórias «pulp» de aventuras e ter conseguido granjear uma posição dentro deste género (pesquisas posteriores o revelarão) mas o primeiro contacto com as experiências no fantástico deixou muito a desejar.

O livro em questão chama-se A Fantástica Experiência, e foi publicado em 1965, apresentando um acabamento barato e uma capa prática, branca, apenas com a referência ao título, ao autor e à editora (Cimo - Ficção e Ciência). As badanas resumem pormenorizadamente a história, desde início apresentada como um misto de Mary Shelley e de Fausto (não fossem os leitores e potenciais críticos ignorar as referências óbvias): um determinado jovem médico, para salvar a potencial amada, implementa nela um método revolucionário para expansão da vida. Como? Pela substituição das vísceras... E o prolongamento, é significativo? Aparentemente, não, apenas até aos 120, 150 anos, que é para não sermos muito ambiciosos...

Digamos que se este enredo fosse proposto num ambiente gótico, como os da dita inspiração, decorrendo em plena era vitoriana, resultaria numa percepção completamente diferente, na qual a tecnologia e a própria linguagem arcaica contribuiriam para uma atmosfera de clássico de terror. Contudo, e logo a abrir a novela, o autor situa-nos em plena década de 1960. Num século que assistiu à descoberta da penicilina, do ADN, da guerra química, de progressos na cirurgia - nomeadamente cardíaca -, o método «revolucionário» proposto que é a base especulativa da história cai assim por terra.

E infelizmente, a inspiração do mito teutónico de Fausto é mais uma vez uma repetição da famosa atitude anti-ciência de que «há coisas que é melhor o homem não querer saber...», tão apreciada pelos extremistas católicos de direita de actualmente. Num longo e desnecessário prefácio, o autor explica-nos desde logo que o único desfecho possível será o da tragédia - embora, para sermos justos, admitamos que haja aqui um imperativo romântico e não uma má vontade explícita contra o conhecimento.

Quando esta obra foi publicada, o autor contava já com setenta e sete anos de idade (de acordo com o imprescindível Bibliowiki), razão perfeitamente humana para fantasiar sobre avanços médicos no prolongamento da vida (um dia nós próprios lá chegaremos...) com a preocupação de manterem o paciente no pleno uso das faculdades mentais. A proposta, contudo, como forma de inspiração para as gerações posteriores de leitores e autores de fantástico nacional, não apresenta uma base suficientemente forte para competir sequer com o movimento New Wave que, nesses mesmos anos, revolucionava culturalmente a literatura anglo-saxónica.

Uma percepção ligeiramente diferente deixou-nos os Best-Sellers de Ficção Científica, editado pelo Roussado Pinto. Isso, no entanto, ficará para outra ocasião.

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01 Março 2008

UM TRIO DE VÍDEOS sobre as possibilidades (técnicas e sociais) da imersão na Realidade Virtual, em particular na Second Life. A visão simultâneamente paralela mas distante do que Gibson nos propôs em Neuromante - aqui a imersão ocorre essencialmente através de interfaces visuais e auditivas (ecrãs, altifalantes) e não pela ligação directa ao encéfalo, as quais não permitem níveis de estimulação física muito complexa. Ou seja, na ausência do toque, do cheiro, do movimento físico, o «estarmos lá» reveste-se de uma particular pobreza. E contudo, a dedicação de alguns membros a esta forma de comunicação reveste-se de um investimento pessoal e emocional tão elevado, e com consequências individuais importantes, como podemos ver logo no primeiro vídeo, que podemos já falar de uma RV genuína, com verdadeiro impacto no MR (desenvolvimento de uma economia paralela, existência de abuso e criminalidade dentro e fora da virtualidade, entre outros). A observar com atenção. [vídeos sugeridos por William Gibson e Charles Stross nos respectivos blogues]

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