Exposição Prolongada à Ficção Científica  

   um blog de Luís Filipe Silva


19 Agosto 2011

Recentes Desenvolvimentos sobre a antologia Os Anos de Ouro da Pulp Fiction Portuguesa permitem-se finalmente informar que o livro vai nascer, de parto natural, antes do final do ano, talvez já na entrada do Outono. Os vários pais e mães têm estado atarefados com o método Lamaze para tornar o procedimento menos doloroso - ainda que o próprio método, com a repetida necessidade de intervir na correcção de provas, caçar graças e entregas finais de textos, não seja nada fácil de cumprir. Quanto a novidades, uma das mais importantes é a alteração da lista de contos seleccionados, que foi necessário rever em cima da meta de chegada por efeitos logísticos. Todos os autores que vão constar da versão final foram contactos nesta fase nesse sentido. Entretanto, quando tiver mais novidades (bem como autorização para divulgar a capa magnífica), voltarei cá. Que o Sentinela esteja convosco!

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06 Agosto 2011

We Cannot Trust Our Eyes Anymore. Agora só as palavras são verdadeiras.

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31 Julho 2011

Decorreu De Forma Discreta e aprazível uma sessão de leitura conjunta d’O Futuro à Janela, colectânea que atingiu já a maioridade − ainda que há muito tenha fugido de casa −, tal como descrita aqui. Aos organizadores, agradeço a iniciativa, e aos participantes, agradeço os comentários. Como indiquei que faria, regresso aos meus próprios textos, que já não revia há anos, com breves anotações individuais, seguindo o exemplo do grupo.

Prefácio à Versão Digital

Disponibilizar o livro online trouxe uma visibilidade marginal, com destaque no contacto com alguns leitores brasileiros que tinham dificuldade em encontrar a edição da Caminho. O número de downloads não se traduz necessariamente em número de leituras, pois apercebi-me que a leitura num ecrã continua a ser um impedimento para muitos − impedimento que não se soluciona com a impressão de um ficheiro de quase duzentas páginas, obviamente. Aos poucos, os e-book readers irão esbatendo esta dificuldade e antes que a década termine certamente que teremos assistido a uma mudança de paradigma no que concerne à experiência de leitura. (O facto de ter disponibilizado gratuitamente conduz, sem dúvida, a algum preconceito, pois a nossa natureza troiana faz-nos desconfiar de presentes de estranhos e apenas damos valor ao que nos custa dinheiro.)

Ainda que o formato papel constitua uma experiência mais completa que a contraparte electrónica − nem que seja a nível táctil −, a cada dia encontro menos motivo para a produção industrial do livro impresso, quando este não passa da mera compilação de palavras e do arranjo ordenado de capítulos e secções.

Convenhamos: a maior parte dos romances, colectâneas e ensaios que se produzem actualmente não são objectos de arte. São cadernos de papel, cortados e colados e despachados para as livrarias, por vezes com imperfeições visíveis e destinados ao esquecimento rápido. Requerem um incómodo mínimo de transporte e guarida – pelo volume, pelo peso e pelo espaço que ocupam. E são caros. São caros quando se considera a necessidade final do consumidor, que é ler.

Cerca de três quartos do preço unitário do livro destinam-se pagar tudo aquilo que é adicional e externo à satisfação desta necessidade; paga distribuidores, livrarias, gráficas, publicidade, armazéns; paga a gasolina, os ordenados, as despesas administrativas, os impostos de toda esta actividade; paga o papel e a tinta e a manutenção das impressoras e o funcionamento das guilhotinas, o empacotamento, o material do empacotamento. Paga, afinal, a transformação massificada de um documento electrónico num objecto físico, produzido num local centralizado e expedido para diversos locais do país e do mundo, de forma a chegar às mãos dos leitores.

E contudo, se não existisse aquela fonte primordial que é a razão de ser do livro, em primeiro lugar – o texto, o conteúdo –, nada disto faria sentido. Seriam expedidos milhares de volumes de capas e folhas em branco, que ninguém compraria. Não é, portanto, razoável que o texto seja remunerado, em termos comparativos, com uma miserável fatia. O texto – produzido por um autor, polido por um revisor, apreciado e melhorado por um bom editor e ilustrado por um desenhador –, a razão fundamental da leitura, é relegado para segundo ou terceiro plano na divisão final do investimento.

Daí que encare a vinda dos livros electrónicos como algo de muito positivo. Eliminando a intermediação desnecessária. Reduzindo o preço unitário. Colocando o leitor em contacto directo com o autor, e vice-versa. E permitindo que se pague o que vale a pena ser pago, que é o conteúdo. O livro impresso continuará a ter o seu lugar, mas ocupado por obras que, pela sua natureza ilustrada ou a nível de formato específico, constituirão, a par do prazer da leitura, objectos de arte. Fará sentido a versão papel quando esta constitua uma experiência única que o e-book reader não consiga proporcionar.

Até acontecer a alteração do status quo (os comportamentos determinam o sistema de valores, e não o contrário; se as novas gerações migrarem em massa para o formato electrónico, quem escolha o formato papel passará a ser considerado como antiquado ou irreverente, consoante o caso particular, mas já não fará parte da «norma»), um autor desconhecido pode utilizar a disponibilização de excertos ou textos integrais na internet como meio de divulgação de baixo custo de modo a conquistar público e conseguir apresentar ao editor tradicional ao mais que o mero manuscrito. Escrever é mais fácil que conseguir que nos leiam. Ainda hoje me espanta que, de todas as obras submetidas ao prémio Bang! de literatura fantástica e que não foram entretanto publicadas por outros meios, não consiga encontrar nenhuma no formato virtual – não consiga, afinal, encontrar um autor que considerasse indevida a decisão e, acreditando na obra e no seu trabalho, se esforçasse para o divulgar. Se nem o dono se interessa, por que se interessaria um estranho?

(Continua...)

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21 Julho 2011

Razões Porque Gosto Da Ficção Científica -1. Melissa Marr, ao falar sobre o seu novo romance Graveminder, mais uma história em que a fronteira entre a vida e a morte se atenua de um modo impossível de concretizar no mundo real (outra forma de dizer que inclui zombies), numa entrevista ao podcast Agony Column, refere que um dos desafios que defrontou durante o processo de escrita foi a de perceber se haveria redenção moral para um personagem que tinha acabado de comer uma pessoa viva... ao que pensei, Só aqui.

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03 Julho 2011

Pequeno E Conciso. Mais divertido que assistir ao Indie Lisboa, e praticamente com a mesma relevância para a arte cinematográfica.

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Já Se Passaram Vinte Anos desde a estreia deste filme! Em Portugal, lembro-me de o ter visto em arredores de Setembro, no cinema S. Jorge. Era o início da era dos efeitos digitais, a que nos mostraria com pormenor fotográfico os territórios da Ficção Científica. Mal sabíamos nós que assistíamos ao fim desse sonho de futuro, e que a nova tecnologia seria apropriada para dar vida a um mundo medieval com anões peludos, um ser com uma vozinha irritante e um enredo deveras insuportável.

O Exterminador Implacável 2

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28 Junho 2011

Acontece Que Alguns Leitores, tendo sabido do aniversário da colectânea abaixo mencionada, decidiram incluir a provecta obra na sua actividade mensal de leitura e comentário conjunto. A eles lhe agradeço imenso, ficando a aguardar os comentários. Quem quiser participar, verbalmente ou na escuridão das filas traseiras, encontrará as simples regras aqui e o fórum de debate aqui. O bom disto é que nem é preciso comprar o livro, pois está disponível gratuitamente. Também percebi que, passados tantos anos, até eu consigo apreciar com o distanciamento de um estranho. E já tenho a catana crítica a postos. É para doer. O autor nem sabe o que o espera...

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25 Junho 2011

Quando Me Vierem Perguntar qual é o meu problema com a fantasia épica comercial - não a boa fantasia épica, a que é sentida e ponderada, mas a que se obtém da mistura instântanea de imagens medievais e gente branca a cavalo -, esfrego-lhes esta palestra na cara. Não há maior ofensa para o género fantástico que a recusa em admitir o potencial criativo da espécie humana, ofensa cuja última e mais pública manifestação se traduziu numa recusa peremptória de um certo autor lusitano em introduzir o elemento da pólvora no seu universo fantástico, como se a liberdade da invenção se pudesse recusar aos personagens e o mundo real não reclame para si a capacidade de mudar. É possível depois dizer-se que se escreve ficção? Não há maior perda que o desperdício de centenas de páginas numa narrativa sem consequências. Como é possível escrever tanto e dizer tão pouco? Como é possível aceitarmos que uma outra literatura, quando se depara com tal dimensão, consiga produzir obras imortais, como O Homem Sem Qualidades e a Guerra e Paz e até Em Busca do Tempo Perdido, e à nossa reste a inutilidade de um Jordan que não inspira sequer uma citação banal?

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