Exposição Prolongada à Ficção Científica  

   um blog de Luís Filipe Silva


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03 Novembro 2008

28 Dias de Pulp. A Ficção Científica nasceu no pulp e há quem afirme que ainda lá continua. Amazing Stories foi a revista de eleição de Hugo Gernsback, possivelmente a maior contribuição de sempre do Luxemburgo para o género, cujo primeiro número saiu em Março de 1926, a poucos anos da Grande Depressão. Foi devido a esta reviravolta económica que a revista acabaria por passar para as mãos de outros editores,  devido a um processo de falência, e a começar a ter uma existência muito própria, durando (em diferentes formas e encarnações) até há poucos anos. Outras se lhe seguiram, tornando-se num verdadeiro laboratório para autores novos e consagrados manterem um contacto permanente com o público e um ganha-pão assegurado. Hoje em dia encontram-se numa das mais importantes fases de transição, desaparecendo das estantes e multiplicando-se na internet. O espírito continua o mesmo: publicar histórias em formato resumido, contos que explorem o potencial do Multiverso em se descrever a si mesmo.

O rodo longitudinal era o mais importante, pois garantia a sustentabilidade e a impulsão, enquanto que o horizontal basicamente mantinha-os estáveis, não permitindo que andassem às voltas sobre o eixo – embora sozinho não lhes valesse de muito.

Por essa razão, ainda que tivesse perdido informação dos indicadores do eixo latitudinal, era o outro, o maior, o de repulsão gravítica, que mais o preocupava.

E o ruído pulsante que enchia a cabina não preconizava nada de bom...

- Já conseguiste perceber? - perguntou Jaime à figura enfiada de cabeça na abertura da consola.

A figura deu uma resposta, prontamente abafada pela pulsação e pelo metal da estrutura.

- Não percebo nada! - uma depressão repentina no planalto fê-los cair meia dúzia de metros abruptamente. Pastas, livros, canecas, caixas, tudo voou pelo ar e tombou sobre ambos, qual chuva de objectos domésticos. Jaime afastou com irritação os materiais que o cobriam e que lhe dificultavam a pilotagem. A situação estava grave: era impossível que a navegação daquele globo tão sofisticado não conseguisse compensar, em situações normais, as perturbações do solo, de forma a manter o vôo estável. Voltou a berrar: - Descobriste o problema?

A figura arrastou-se a custo para fora do alcapão. Era um miudo de doze, catorze anos no máximo. Apresentava um golpe fresco na testa, talvez devido à manobra brusca. E estava completamente assustado.

Ergueu a mão. A pastilha de circuitos estava completamente negra e queimada.

Jaime tirou-a da mão do rapaz e ergueu-a ao nível dos olhos. A luz do dia contra o qual a observou revelou-lhe um interior recheado de pó - pó! - ao invés do emaranhado de fios condutores sólidos que costumava ser a condição normal de um piloto automático.

Aquele cérebro estava morto!

- Mas como foi que isto aconteceu? - nos últimos segundos, Jaime ficou tão lívido quanto o rapaz.

- Teria de ser um vírus, pai. Não vejo outra forma. Venderam-te este cérebro já doente.

- Mas... mas... - aquele vendedor de pacotilha! Havia de lhe dizer das boas quando voltassem.

Contudo, o problema era precisamente esse... voltar.

Sem cérebro, como conseguiriam abrir o nodo correcto do hiperespaço e voltar para casa? Arriscariam escolher um percurso nos milhões de possibilidades envolvidas em cada salto quântico?

Engoliu em seco. Corriam sério perigo, e o pior era que o miudo estava com ele. Ali, num planeta desabitado, na orla da galáxia, tão afastado de qualquer percurso habitual que nem sequer tinha sido devidamente cartografado.

E tudo porque a professora do rapaz quisera um trabalho de campo a respeito de ecologias em desenvolvimento! Mais valia terem feito uma incursão à biblioteca virtual...
 

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02 Novembro 2008

(Isto É Fabuloso) Terá o verdeiro espírito do Halloween sido corrompido pelas forças do comércio? Jornalistas do The Onion procuram descobrir a resposta.

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