Exposição Prolongada à Ficção Científica  

   um blog de Luís Filipe Silva


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30 Novembro 2008

C'Est Fini, Por Fim, o período de submissões para o Pulp Fiction à Portuguesa. A todos os que enviaram e que possivelmente ainda enviarão até ao final do dia de hoje, os meus agradecimentos. Saibam que a concorrência é renhida - recebemos quase uma centena de contos, e ao contrário do habitual, a maioria oriundos do território luso. Temos desconhecidos à mistura com consagrados. Temos contos de todos os aspectos, feitios e posturas. No final, quem sabe?, talvez haja material para um segundo volume, mas isso será decisão do editor. Para já, temos de fazer o primeiro. Descontraiam-se, apreciem o Natal, divirtam-se durante as festas com a família ou amigos. Novidades só para o próximo ano.

Caía.

O míssil era um peso morto, um ser estúpido e cego cuja única função seria rasgar os céus seguindo um caminho determinado à partida, o destino imutável ditado pelas regras da trajectória de vôo. Era demasiado massivo para se deixar perturbar com obstáculos no caminho. Acima de tudo, era determinado.

A cidade aguardava.

Não tinha asas, flaps, jactos. Não tinha forma de controlo. Não podia ser orientado. Um monstro do tamanho de um estádio olímpico com a capacidade de manobra de um rochedo.

Dois minutos, talvez menos. E depois o fim.

Hans teve um breve vislumbre das portas de Brandenburgo reduzidas a pó. Da Nationalgalerie a arder até não restar mais do que um monte de cinzas e memórias das obras destruídas. Do Tiergarten e os primeiros passeios de mão dada, em que fantasiava uma vida normal, família e filhos, antes da oferta da Wehrmacht que mudaria a sua vida. Das ruas da infância, da Potsdamer Platz e da Alexanderplatz sempre cheias de gente, das primeiras paradas em frente do Führer quando era mero soldado raso, dos primeiros espiões executados em hasta pública. Toda esta riqueza eliminada do mapa, a sua amada Deustchland ferida em pleno coração.

Surpreendeu-se ao notar que chorava. Para descarregar a frustração, pontapeou o corpo inerte do oficial britânico caido sobre o manípulo de soltura, que não conseguira abater a tempo. Se tivesse sido mais rápido, se tivesse percebido que o cão Aliado não estava morto...

Falhara ao Reich no último momento. E agora milhares de pessoas morreriam por sua causa.

A única consolação era de que ele próprio as acompanharia. Não havia forma de sair dali.

Mas talvez houvesse forma...

Correu para a tubagem interior da bomba, tentando recordar-se dos diagramas que haviam recuperado do submarino britânico. O míssil não passava de uma carapaça de urânio enriquecido com um detonador na cauda. Não conseguia detê-lo mas talvez conseguisse antecipar a explosão, fazê-la acontecer a meio da queda, evitar que fosse tão extensa.

Contudo, os painéis não davam de si. Alguém prevera a possibilidade de invasão. Estavam soldados de forma a serem invioláveis, pelo menos no curto espaço de tempo que lhe restava.

Berlim acolheu-o.

O grande clarão foi visto instantaneamente a quilómetros de distância. Os efeitos colaterais só começaram a chegar no dia seguinte.

Foi o princípio do fim do império teutónico.

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30 Novembro 2008

Não é Pela Música, Nem Pelo Absoluto Nerdismo do vídeo (nerdo tornou-se palavra do nosso vocabulário desde a «iluminada» edição de Microserfs de Douglas Coupland pela Teorema, autor que a nível das traduções foi sempre saco-de-porrada daquela editora), mas simplesmente pela forma simples como explica o complexo. Sem o bosão de Higgs, não há matéria, pronto, e tudo isto acaba aqui e agora. Excepto os impostos, claro, esses permanecem. E o rap, essa música tão calma, delicodoce e positiva que faz um pacifista como eu querer pegar numa arma e disparar contra tudo o que se mova com a maior das descontracções.

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