Exposição Prolongada à Ficção Científica  

   um blog de Luís Filipe Silva


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02 Janeiro 2009

Do Fundo da Estante, surge uma singela prova de como a idade e a experiência suavizam a mais agreste das escarpas. Ler Dead Lines de Greg Bear é como presenciar uma banda de heavy metal a quem o tempo não foi mais dócil que à maioria das pessoas. De barrigas grandes e rugas vincadas, continuam a pular em palco e a nutrir entusiasmo, mas algures misturada na técnica encontra-se não uma raiva antiga mas um entendimento mais profundo, uma aceitação das condições do filme da realidade, que torna a performance num jogo, o jogo de um outro jogo passado, a repetição de movimentos e atitudes porque outrora fizeram sentido e eram genuínas e há por isso que respeitá-las. As tradições nascem assim, com as origens perdidas no oblívio de eras antigas. E a plateia - também ela envelhecida - segue-as, porque houve um tempo em que eram jovens. E isto acontece com os autores de Hard Science Fiction também. Se Bear outrora nos falou com encanto de asteróides que encerravam universos, da destruição final da Terra no decurso de uma guerra que nunca chegámos a entender, se povoou a Califórnia do futuro com nanotecnologia e crenças vodoun, se anteviu o final do universo, aqui mostra-se humano e imediato, tratando o protagonista e os seus cinquenta e avançados anos de idade com uma sensibilidade peculiar. Há quem leia e pense que a história se trata de um homem a quem lhe assassinaram a filha, a quem lhe retiraram a mulher, a quem negaram uma carreira no crepúsculo da vida activa, a quem oferecem telemóveis cuja nova tecnologia impede que os mortos passem para outro plano. Essa, felizmente, não é a única história. Os bons livros, ainda que discretos, como este, nunca são óbvios.

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01 Janeiro 2009

Novas Leituras. Existe uma fluidez impressionante e uma capacidade de síntese que raia o poético no estilo de Mike Carey que torna a leitura desta prosa num vício e transforma o que seria de outro modo um romance banal sobre um simpático exorcista e os seus encontros com os representantes do mundo do Álem (que inteligentemente é um mundo quase sempre banal e quotidiano como o nosso - e porque havia de ser diferente?) numa narrativa profunda e quase reveladora da capacidade da espécie humana em adaptar-se ao bizarro. O primeiro livro chama-se The Devil You Know, como a canção da Kylie Minogue, embora não tão assustador quanto a interpretação da mesma pelo Nick Cave.

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