Exposição Prolongada à Ficção Científica  

   um blog de Luís Filipe Silva


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25 Dezembro 2010

Alguns Pensamentos Animadores nesta quadra festiva.

- Tem de me ajudar, doutor. Sinto-me um fracassado. Tudo aquilo em que me envolva... falho. Acabei por perder o emprego, a minha família, os meus amigos, a minha casa... Até me tentei matar.
- O que aconteceu?
- Atirei-me de uma ponte para a linha do comboio mas calculei mal e acabei por aterrar na relva. Nem sequer parti nada.
- Céus, homem - exclamou o médico. - Como é que é possível falhar isso?

 

Era tão procrastinador, que passou anos a afirmar que se ia matar, até morrer de velhice.

 

Ela escrevia livros de auto-ajuda por que gostava de ajudar as pessoas. Há vários anos, quando ele veio procurá-la com a enorme depressão, disse-lhe para dar importância ao que tinha. Prescreveu-lhe passeios e afazeres e rotinas, leu-lhe textos, atendeu-lhe as crises telefónicas das madrugadas durante meses.
Este ano ofereceu-lhe o livro Como Preparar Bombas Caseiras. Talvez assim resulte.

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24 Dezembro 2010

O Presente É O Futuro que ninguém quis. Entre a miscigenação do urbano e da fantasia fácil e indolor, e a distorção da História para assumir vestes de modernismo com pouca ou nenhuma preocupação com a crítica social nem com o relativismo dos nossos comportamentos sociais, não há mais espaço para a Ficção Científica. É quase comovente perceber o quão nos distanciámos das palavras de Jack Williamson, um dos poucos autores que esteve no início do género e talvez tenha estado no seu fim:

For people of school age in the 1920s, science seemed like a sort of wonderland that would be a means of changing the world and making things perfect. And this was a feeling shared by many of us who were drawn to writing science fiction in that period.

O deslumbramento pelo vislumbre do futuro foi substituído pela re-descoberta de um passado alternativo de glória tecnológica. É isto o steampunk, e é lá que encontrarão os autores que escreveriam de outro modo FC nos dias actuais. Também esta moda passará, e com um tempo de vida mais curto, pois nem sequer nos permite ansiar pela vinda dos mundos descritos. Mas esta não deixará herança.

Se houve gente desanimada com o que o futuro lhes promete, será sem dúvida a que habita o Planeta Portugal, foram empurrados no último ano, entre berros e pontapés, para dentro de um romance de K. Dick, daqueles em que a realidade é muito diferente do plácido sonho em que pensavam viver. Mesmo que a realidade não passe de um desafio impossível imposto pelos matulões do clube europeu, naquela atitude de impor tarefas humilhantes aos putos de óculos e borbulhas, se não dá-se-lhes porrada... para que o puto de óculos e borbulhas volte a perceber que nunca fez verdadeiramente parte do clube.

Também por estas paragens relativamente caladas cederemos lugar ao revisionismo histórico, ao poder do vapor e da electricidade a carvão, talvez com algum comentário sarcástico à mistura. No fim, convém colocarmos em ordem a história da nossa vida, para que não assinalem mal os factos. Aceitam-se novas designações para este planeta. Se comprarem por atacado, fica mais barato.

Feliz 1811.

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