Exposição Prolongada à Ficção Científica  

   um blog de Luís Filipe Silva


03 Novembro 2005

A HISTÓRIA DA CONVENÇÃO FÁTUA. O que dizer da Ibercon que não foi debatido nestas páginas? Que nasceu de uma proposta do Colectivo Nemo à Associação Espanhola de Fantástico e Ficção Científica para organizar os encontros nacionais de 2005? Que, por motivos de brilhantismo ou de apoio a justificar o estabelecimento de tal evento num local tão afastado de Espanha profunda como é Vigo, nasceu a excelente ideia de efectuar um encontro luso-ibérico? Que a cargo da participação portuguesa esteve uma associação que já viu melhores dias, igualmente pouco motivada para suportar tal responsabilidade (não é apenas resultado de uma contestação pessoal, como deriva do facto comprovável de, até ser incitada a fazê-lo, a dita associação não se ter pronunciado sobre iniciativas ou responsabilidades na organização do evento), mas que infelizmente era a única que se encontrava formalmente organizada quando se anunciou o início dos preparativos?

Exemplo da grande maioria silenciosa...Da história rocambolesca que antecedeu o início da Ibercon, pouco vos vou contar agora. Também vos poupei do mesmo quando sucedeu, em torno de uma "Carta Aberta à Simetria" sobre o projecto em que procurava, mais do que tudo, esclarecer o andamento dos eventos e a presença da representação portuguesa (face à pobreza de infomação e a inexistência de um website consolidado e informativo). O debate foi extenso nos meios da FC nacional, com uma resposta tardia da Associação e que se veio a verificar pouco organizada e limitada em recursos. Entre as questões que ficaram por esclarecer, a preparação de uma certa antologia que supostamente juntaria autores portugueses (infelizmente escolhidos pelo comité da Simetria de acordo com um processo que foi apelidado de "dúbio" pelo fandom nacional) em conjunto com espanhóis em edição bilingue, mas que nunca chegaria a acontecer, supostamente devido à falta de recursos do comité organizador espanhol.

O que aconteceu, afinal?

A convenção teve lugar em Vigo, entre 28 de Outubro e 1 de Novembro. Por motivos pessoais, apenas poderia estar disponível durante o fim de semana, pelo que os actos em que iria participar, em combinação com Ignacio Aguillo, testa-de-ferro do Colectivo, decorreriam no domingo, em conjunto com a apresentação da apreciação crítica que o Miguel Valverde teve a amabilidade de fazer sobre a GalxMente, e pela qual lhe estou imensamente agradecido. Cheguei, diga-se de passagem, com total ausência de conhecimento sobre datas e eventos e participações, pois nem estes actos eram referidos no último "Relatório de Progressos" tornado publico poucos dias antes.

O primeiro facto de que me inteirei foi de que o programa não se encontrava totalmente encerrado - estávamos no segundo dia dos encontros. O segundo foi de que a suposta "Convidada de Honra", Laura Gallego, tinha tido a sua participação fulcral na sexta-feira, o que era estranho, pois é típico destes eventos não terem grande participação no primeiro dia, e nunca se desperdiça um convidado de honra desta forma... Mais tarde, confirmei que a participação da mesma derivava de uma questão de oportunismo, pois Laura Gallego havia sido convidada pela editorial para promover o lançamento do novo livro - é uma reputada autora de livros infantis - e a presença em Vigo coincidia precisamente com o início da convenção. Obviamente, de Laura Gallego nunca mais de ouviu falar.

Descobri ainda outros problemas com o programa: total ausência de participação dos principais autores espanhóis nos painéis programados (Rudolfo Martinez, que até andava por lá, Juan Aguilera, que talvez tenha estado, e Rafael Marin, que não esteve), colocação dos actos portugueses durante a manhã de sábado e domingo (com a excepção do João), e, o mais grave, ocorrência de actos simultâneos de igual natureza em total concorrência. Todos estes factores contribuiram para que começasse a duvidar da importância que o conceito "Ibercon" tinha verdadeiramente na execução daquela convenção.

Miguel Valverde

Passo a explicar...

As conferências tinham lugar numa sala escondida do primeiro andar de um belíssimo centro cultural que fora, outrora, um teatro. Não havia paineis a assinalar o evento no exterior, e à entrada, uma mesa discreta continha um representante da organização que fazia pouco esforço para controlar as entradas e saidas, pois o evento era suposto ser pago e contudo muitos entraram de graça. Contudo, as bancadas de livros situavam-se na entrada dos fundos do teatro, ou seja, na rua traseira. Não havia comunicação pelo interior - era preciso sair à rua, em plena chuva, e caminhar entre os locais. Lá se encontravam as edições da AEFCFT, da Bibliópolis, da Silente e da própria Simetria (onde alguns exemplares das suas antologias estavam à mostra, comprados por incautos que, certamente, nunca mais quererão ler FC portuguesa na vida - nenhum livro da Caminho, nada da Presença, zero edições de autor). Para piorar a situação, era também o local dos auditórios onde decorreriam as sessões paralelas. E assim estava montado o cenário para o desastre.

Sábado de manhã teve como principal evento a apresentação da FC portuguesa, pela Ana Vasco, o qual teve pouca assistência (da qual, infelizmente, também não constei, mas pronto, era sábado logo pela manhã e a viagem tinha sido longa na noite anterior...) e mais um evento organizado pela Simetria. Uma breve passagem pela livraria mostrou-nos que lá se situava grande parte dos participantes locais, em amenas conversas e convívio. Encontrámos conhecidos, e conhecemos outros que não voltaríamos a ver. Do outro lado, da rua, um bar continha um conjunto de aficcionados. Até aqui, tudo normal - o convívio real acontece normalmente fora dos eventos planeados.

A tarde tinha um grande intervalo para almoço - em boa maneira castelhana, retomava-se às 16.30, hora em que muitos andavam a passear por Vigo, se nãoFCs Contra FC temessem a chuva, ou continuavam a divertir-se nos restaurantes. O João fez a sua apresentação nesse intervalo, e ainda teve uma assistência razoável, a qual se deveu, certamente, em boa parte à curiosidade de ver que autor era aquele que tivera a honra de crítica do El País, algo que nem os próprios autores costumavam ter (assim se ganha o respeito em casa alheia). Um efeito que até agora se designava por Saramaguês pode finalmente ser apreciado pelo mais digno nome de Barreirês, por assim dizer...

Contudo, e para grande espanto meu, ao lado decorria uma certa Aznarcon, em simultâneo - congregando, com certa justiça, mais pessoas do que as que assistiam a este evento principal, pois afinal tratava-se de uma convenção especializada sobre a obra de um autor nacional. Esta convenção seria seguida pela projecção de filmes, levando a que os participantes ficassem onde estavam.

Fui entretanto convidado a participar numa mesa-redonda sobre literatura ciberpunk, em substituição do Luis Sequeira, que não estava presente (note-se a total ausência de elementos directivos da associação), na qual houve uma audiência reduzida e de composição muito semelhante às dos Encontros da Simetria, apesar da participação do Miquel Barceló, conhecido autor e antologia catalão - ou seja, curiosos locais. Foi interessante, e trocaram-se ideias meritórias - creio que quem participou o fez com a melhor das intenções de que era capaz.

O final de sábado deveria ser marcado pela presença no jantar de gala com atribuição dos prémios Ignotus - infelizmente, ainda não ganhei o Euromilhões, pelo que pagar 34 euros pelo dito jantar sem ser financiado por entidades públicas estava além da minha vontade de convívio. Algum contacto poderia ter sido estabelecido aí, obviamente, mas, pensava eu, havia domingo.

E quando domingo veio, descobri que iria actuar em simultâneo com a sessão formal de eleição dos quadros da AEFCFT, à qual pertencia grande parte dos assistentes e que se encontrava obviamente concorrida. Foi assim que o Miguel teve de apresentar a sua apreciação crítica e eu a minha breve palestra (que tive o bom senso de não ficar acordado na noite anterior a preparar) a uma magra mas atenta audiência. Nada de fãs, nada de outros autores, nada de editores. Nada de Ignacio Aguilló. E assim terminava a participação exclusivamente portuguesa na Ibercon, aparte um acto final do João na terça.

Escrito assim, parece desencorajante, mas a verdade é que é o cenário das sessões portuguesas e já estamos habituados. Talvez haja qualquer mau-olhado que seja levado connosco... porque não estava à espera que se repetisse assim tão vincadamente em Espanha...Ciberpunkicos

Domingo à tarde acabaria por haver duas apresentações espanholas muito interessantes e de casa cheia, em particular sobre a musica nas séries televisivas de FC, mas mal acabou e eu e o João nos sentámos para debater, juntamente com a Sylvie Miller e o Ignacio, a problemática da "FC Europeia vs. FC Anglo-Saxónica", o pessoal fugiu da sala como se um frango tivesse entrado aos espirros...

O que concluir deste figurino?

Primeiro, não havia uma Ibercon constituida por uns Encontros portugueses e uma Hispacon. Havia sim, em paralelo e confusamente, uma Aznarcon que decorreu durante toda a tarde de sábado, um encontro associativo da AEFCFT durante a manhã de domingo, um conjunto de debates esporádicos que não se conseguia perceber em que "Con" estavam, além das presenças portuguesas e espanholas destinadas ao que supostamente seria o encontro principal.

Aliado a isso, notou-se uma espantosa falta de adesão da assistência espanhola - talvez devido a uma pouca adesão ao conceito de encontros ibéricos, talvez pela distância a que estava Vigo, mas creio que principalmente pela dificuldade do Colectivo em convencer internamente que tinha um bom projecto de Hispacon (opiniões reiteradas pelos próprios espanhóis), e depois de o levar a cabo (poucos eram os actos formalmente apresentados por alguém da organização, ninguém controlava o início e fim de cada evento e se aconteciam acabava por ser mais pela consciência dos participantes do que por um acompanhamento organizativo).

A disposição logística não ajudava à pouca vontade mostrada, e segundo relatos que se podem ler na internet, nos blogs espanhóis, fala-se de uma Bardeenfrentecon, ou seja, que os verdadeiros encontros decorreram nas conversas tidas no bar situado do lado oposto da entrada da livraria.

Finalmente, o conceito de Ibercon, levado à prática, foi miserável - além da falta de consideração evidenciada para permitir o mínimo de "desculpas" à ausência de audiência espanhola nas intervenções portuguesas (situação pela qual responsabilizo principalmente a organização espanhola, e não a Simetria em igual medida porque entendo que o programa não foi disponibilizado a tempo - no entanto, uma associação responsável devia ter tido um maior cuidado na defesa dos interesses próprios), não houve o número suficiente de paineis de discussão mistos, nem sequer uma divulgação cuidada dos membros apresentadores e das sessões planeadas, em nenhum dos panfletos oficiais. Também senti isto, pois não conhecendo os intervenientes, ao olhar para o programa, tinha pouca capacidade de entender se de facto uma conferência estrangeira me iria interessar ou não - e acabei por gostar das poucas que vi. 

O que restou, penso eu, foi uma boa oportunidade desperdiçada - por nós e por eles. Porque se sabia que os portugueses iriam manifestar pouco interesse no conceito da Ibercon, a verdade é que a falta de interesse dos espanhóis foi também evidente. Não tenho queixas a nivel pessoal, entenda-se - falei com um número razoável de fãs, trocámos contactos, e tivémos convites para participar em algumas publicações. Nesse sentido Espanha revelou-me muito mais acolhedora que Portugal. E infelizmente, eles têm bastante razão quando dizem que não viam portugueses em parte nenhuma, àparte o "Barreiros, o Silva e seus amigos" (blog do Rudy Martinez).

Mas não têm razão ao dizer que não estava lá ninguém, como alguns participantes afirmam nos seus blogs, combatendo a ideia da Ibercon. Porque também não vi estas pessoas nas nossas sessões, e podiam ter ido e falado connosco.

E principalmente o desalento de perceber que os próprios incentivadores da ideia se mostraram pouco interessados na execução da mesma, face à quase inexistente presença do Colectivo Nemo (pelo que me tenha apercebido - não fui apresentado a todos) nas nossas sessões. Ou mesmo nas restantes. Como se, talvez seja injusto dizê-lo mas foi a sensação final, estivessem arrependidos de terem aceite mais do que eram capazes de levar a cabo.

O que tenho receio é que a vontade desapareça. Porque montar uma Ibercon leva tempo, requer paciência e divulgação, e deve assentar principalmente na escrita, na troca e divulgação de autores e obras traduzidas. A antologia teria sido fulcral. A venda de livros nacionais, não só os da Simetria, com um pequeno panfleto em castelhano a apresentar e situar os autores, teria ajudado. Afinal, ninguém se interessa verdadeiramente por palestras de desconhecidos.

Aguardei propositadamente pelos comentários dos participantes na internet para poder enquadrar as minhas observações. Aparentemente esta foi a pior Hispacon de sempre, mas como muitos afirmam, foi a mais divertida. Também está a ocorrer uma polémica em torno dos Ignotus, pois Rudolfo Martinez recusou o seu, afirmando que só foi seleccionado porque o processo de votação excluiu obras melhores do que a sua. Espero que consigam levar o assunto a bom termo.

Fica aqui, no entanto, o aviso à navegação de quem quiser, se quiser, conduzir o facho da próxima Ibercon - porque trazer a Hispacon a Portugal não será fácil para o ano (fala-se de Cádiz outra vez) e vai precisar de representatividade espanhola. Se isto acontecer, uma Ibercon acontecerá fora do contexto da convenção nacional espanhola, pelo que apenas alguns curiosos colocarão cá os pés. Será talvez mais fácil começar a integração ibérica convidando autores e publicando-os dos dois lados da fronteira.

Ou desistir da ideia. Talvez a integração cultural ibérica, como a europeia, seja afinal, apenas uma moda política...

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29 Setembro 2005

À SOLTA EM GIJÓN. Um apressado mas ilustrado comentário bastante livre sobre o que aconteceu em Julho passado, pois já tardava. Não esperem uma missiva literária.

Após quase nove horas de viagem (Gijón dista de Lisboa cerca de 900km), efectuadas com um breve intervalo para descanso na noite de sexta para sábado (pois, que isto de ter um fulltime job não perdoa nos horários de saída: a partida foi às 20h de Lisboa), lá chegaríamos, cansados mas vitoriosos, à vila asturiana, para sermos confrontados com o espaço da convenção Espaço da feira- uma tenda com uma estranha estátua gigantesca Tenda da Asturconà porta, perdida num conjunto de barracas que se estendiam ao redor do exterior do estádio local - barracas de sul-americanos a vender bugigangas e material falsificado, churros, cañas, t-shirts, música, uma roda gigante, e até barraquinhas de livros com saldos e tudo...

Convém mencionar que este é o terceiro ano da Asturcon, e que se integra nas actividades de uma festa cultural patrocinada pela Câmara local (e que já é famosa na Comunidade), a Semana Negra (sim, inclui activismo político). Logo, há dinheiro e patrocínios, que os organizadores gastam no convite de autores nacionais e estrangeiros e não em instalações ricas...

Lá dentro, espaço para uma mesa de conferências, que estava a decorrer já (sobre FC em castelhano)Javier Negrete, Elia Barceló, e dois que não identifico, cadeiras para a malta bacana e um balcão de bebidas. Tinham tradução ao vivo, pois o inglês não é falado com muita facilidade, e um grande espírito de convivialidade. Encontrámos logo o editor do João - Luis Prado, o rapaz de barba e óculos de uma foto mais abaixo - e acabaríamos por conhecer o John Kessel e o Sapkowski, um velhote polaco muito animado e que se via gostar daquelas andanças (principalmente porque o tratavam como um dos grandes autores de sempre, não admira...).

Após alguns encontros e desencontros para o almoço - ficámos num hotel do outro lado da cidade, que não passa de uma praia situada num recanto de dois istmos com uma vila de bom aspecto logo atrás, sim nada da chunguice das vilas piscatórias/turísticas à lá Caparica, esta tinha a maior dignidade de algumas das vilas do nosso norte - e de percorrermos várias vezes Gijón à procura do restaurante, mortos de fome e cansaço, lá nos sentámos com alguns dos autores No restaurante...e participantes. O rapaz na fotografia era o tradutor do polaco, e era historiador, com conhecimentos da nossa história (a rapariga parecia menor de idade, pelo que nem faço comentários nestes dias que correm...)

Foi nessa conversa que me apercebi mais profundamente que os leitores espanhois vivem intensamente os autores nacionais - falavam das Lágrimas de Luz do Rafael Marín (não ponho link, googlem, sefazfavor) como o grande livro da juventude deles; eu tentei imaginar sentir-me da mesma forma com os Caminhos Nunca Acabam, e ia ficando mal-disposto...

As conferências aborrecem, em particular se os autores castelhanos se sentam à volta de um centro e deixam a audiência de fora - aconteceu este ano e o ano passado -, e começam a falar de private jokes&happenings, e logo percebemos que o melhor era estar cá fora, a ver os livros e a gastar dinheiro. Acabei completando a colecção do Sapkowski (são 7 dos quais sairam 5) e o novo do Rudy Martínez sobre o Sherlock Holmes. O João, autor babado, estava ao lado da Guerra de Los Mundos, que, segundo o editor, vendia-se que nem ginjinha Barreiros apontando a edição espanholade Óbidos... (isto aconteceu na semana de estreia do Spielberg - eat your heart out, Presença, que com tanta ocupação de livrarias nem sequer soube aproveitar o empurrão...)

Voltámos para dentro para ouvir o Kessel falar e ter problemas com a tradução simultânea - aquele livro na foto é a tradução do Good News from Outer Space, e John debatia os problemas de encontrar um bom titulo em espanhol (a edição, por sinal, era da Bibliopolis, que tinha publicado todos os autores estrangeiros presentes na convenção e que deve ir de vento em popa).

John Kessel

No fim do dia, e antes do jantar programado, houve tempo para descobrir um pouco de Gijón e tentar caçar alguma da cultura local - leia-se: doces e cidra.

O jantar seria num restaurante daqueles perdidos no meio do campo, onde se celebraria a espicha (acto de furar os barris de cidra, de onde esta jorra fortemente para dentro do jarro e que depois é servida extra-borbulhante) e um manjar volante de queijos e vinho e jamón em que não comi quase nada e paguei 30 euros (FC, a quanto obrigas), ainda houve possibilidade para estar numa mesa com o Valerio Evangelisti, a Sylvie Miller, o Alejo Cuervo (dono da livraria e editora Gigamesh, catalãs) e a Rachel Tanner, autora e esposa do Michel Pagel (vá lá, googlem...) Daí que o convívio fosse agradável. Lá dentro, os espanhóis O gajo das ligaduras fazia parte do figurino, não estava acidentado...dançavam, bebiam, riam e faziam concursos de máscaras...

Faz frio naquela região - estamos para lá dos picos da Europa. Voltámos para casa bem tarde, pois ali  festeja-se à espanhola. E pelas 11h da manhã era o lançamento da Guerra dos Mundos...

 Quando chegános à tenda no outro dia, havia apenas a malta nova da equipa organizadora, o que nos fez lembrar um pouco a Simetria... lá nos sentámos, a aguardar o desfecho da apresentação de como se fazia bonecos de RPG e de um catálogo bastante interessante com personagens que envergavam diversas fatiotas militares da história. O tempo passou, tínhamos de fazer Rachel Tanner e João Barreirosmais nove horas de viagem, mas lá chegou o editor, fez-se uma pequena e verdadeira mesa redonda, e em breve havia assistência suficiente para um lançamento condigno.

Na volta, comentámos com espanto que, embora estivéssemos afastados de casa menos de 48 horas, parecia que se tinha passado dias... os milagres de quem viaja e se afasta da realidade mundana do dia-a-dia.

 

Uma pequena demonstração de como os autores de FC obtêm ideias...

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17 Setembro 2005

ESPECIALISTA DOS TRINTA SEGUNDOS, graças ao Google e Google Earth, instrumentos indispensáveis para o autor de ficção científica. Ah, mais a internet, os satélites, a biomedicina, os transportes modernos, a fibra óptica por todo o mundo, os centros universitários, a extracção de petróleo, a aviação comercial, a mecânica quântica, e o resto do mundo.

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27 Agosto 2005

UM FILME SIMPÁTICO é a apreciação curta e apressada que tiro do visionamento da Boleia Pela Galáxia, última manifestação de um fenómeno que teve início nos anos 70. Além do facto surpreendente de se estar a recuperar material antigo numa era em que tudo tem uma vida curta de prateleira, e que todos parecem tomar como certo, é a ligeireza do texto de Adams e de suas ideias, nunca se levando a sério e com a dose correcta de crítica social, que na adaptação ganha uma dimensão muito própria pelo fenómeno visual, que nem o programa de rádio nem os livros teriam. Os Vogons são burocratas antipáticos e manifestamente britânicos, Arthur Dent é patusco e confundido como devia ser, Ford parece mais apagado, e a minha única pena foi o pouco relevo do adorável robot deprimido. Mas tudo se junta no fim para uns momentos bem passados. Única nota verdadeiramente negativa: pena de prisão perpétua com chicotadas horárias até ao final da vida para o tradutor português (sim, foi daquelas traduções que é melhor ignorar e ouvir o original. Triste.) Ah, e já agora, comprem a nova tradução da Saída de Emergência.

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23 Agosto 2005

GOOGLAR «Ficção Científica Portugal» apresenta resultados deveras sui-generis e atrasados (e também uma certa lembrança)...

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09 Agosto 2005

MUDANÇAS DE GOSTO. O que dizer do anúncio dos novos premiados com o Hugo? Uma preponderância extrema para a fantasia? Embora reconhecendo a maestria de Strange & Norrell, porquê escolher The Fairy Handbag quando havia o excelente conto de FC (ou Tecnofantasia, para ser mais preciso) The People of Sand and Slag? O terrível vírus anti-tecnologia já invadiu as preferências de quem vota? E será que quem vota (mais mulheres que homens) é capaz de influenciar os gostos (lembrem-se dos Cátaros...)? Que há de terrível neste fantástico mundo em que habitamos, quando os instrumentos nos permitem fazer e ser o que praticamente quisermos? Será que confiamos demasiado nas nossas capacidades que nada é impossível, e logo só o improvável nos fascina? Será que procuro respostas ou só levanto questões?

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06 Agosto 2005

RENDEZVOUS COM MIMASE na forma de uma imagem-filme.

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