Exposição Prolongada à Ficção Científica  

   um blog de Luís Filipe Silva


07 Junho 2009

São Já Conhecidos os contos destacados da primeira semana do passatempo Kate Wilhelm. Confiram os resultados aqui. De referir que começo a ter a sensação, após as participações deste concurso, do Pulp Fiction à Portuguesa e de outras circunstâncias, que os novos autores portugueses de fantástico preferem o formato conto, ao invés do formato romance - ao contrário do que seria de esperar, dada a fraca tradição contista da nossa literatura (comparativamente a outras). O domínio de tema e unidade dramática que normalmente está ausente dos textos mais longos é normalmente atingido nas pequenas ficções. Não deixa de ser um fenómeno curioso...

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Melhor Que Qualquer das Prequelas enquanto explicação da Guerra das Estrelas é este simpático «George Lucas in Love», curta que adquiri há uns anos e que finalmente posso partilhar graças ao YouTube. Além de ser um trabalho de respeito pela obra mais conhecida da FC popular, acaba, no decurso da brincadeira, por a contextualizar como o conjunto de delírios da juventude que aparenta ser, ao invés da fantasia madura e consistente em que muitos tentaram desnecessariamente torná-la.

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06 Junho 2009

Pulp, Pulp e Mais Pulp. Há seis meses que terminou o prazo de submissões para o Pulp Fiction à Portuguesa e desde então temos estado calados. É compreensível que isto enerve alguns entusiastas. Em particular nesta época em que, no meio de tanta agitação editorial e primeiras obras publicadas à pressa, não existam espaços de tertúlia fiáveis e honestos que permitam aos novos autores jogarem-se de braços abertos à ferocidade da crítica e sairem de lá transformados e mais capazes de distinguir a boa da má prosa. No meu tempo, a tertúlia chamava-se DN Jovem, e garanto-vos que ajudou imenso. Entrava-se à custa do mérito, e ainda que conheça quem não concordasse com alguns critérios editoriais aplicados (embora não entenda porquê, uma vez que os textos lá publicados eram de extrema qualidade - e obviamente que não falo das minhas humildes tentativas), servia como rito de iniciação, motivo para encontros, e um prazer enorme em saber que o nosso nome tinha sido levado, naquela terça-feira, a todos os pontos do país. É compreensível, assim, que qualquer oportunidade de publicação sirva como forma de justificação do autor. Ainda bem que assim é, e ainda bem que existe o interesse. Como aliás se pode comprovar pela centena de participações que recebemos, beyond our wildest dreams, de todos os géneros e feitos, sendo a maioria de participações lusitanas. Por todas elas, e pelo vosso interesse, os meus profundos agradecimentos.

Em que ponto se encontra o projecto, então? Bem, considerem que os contos são levados a campeonato e têm de chegar às finais. A primeira etapa de selecção já aconteceu, e os nitidamente desenquadrados (houve quem enviasse histórias intimistas sem um pingo de acção contrariando o espírito da coisa) e os de prosa perturbada (que é como quem diz, desconhecimento do português) não fizeram parte das selecções iniciais. A seguir começaram os jogos de pontuação, e quase num paralelo com um campeonato, nesta fase os contos ganham pontos numa análise mais estreita, e em competição entre si. As eliminações que ocorrem são já de um nivel profissional - o enredo não está bem estruturado, ou a situação não é credível, ou a abordagem contradiz-se no decurso do texto, ou é demasiado previsivel,  ou a história acaba por não ter um fim. Não é obviamente uma selecção totalmente taxativa, mas algo é certo: se após duas ou três leituras um conto ainda nos deixa na dúvida, é porque quase certamente não se enquadra.

Chegamos assim aos oitavos-de-final, e aqui as eliminatórias já começam a acontecer. O número de participantes reduz-se, e os contos serão comparados entre si. Não é um processo fácil, pois o processo de escolha é mais delicado. Procura-se encontrar as qualidades do conto entendendo primeiramente se os que nos apraz e o que nos afasta dele são qualidades intrínsecas e reconhecidas por outros, e não derivadas somente de gostos pessoais. Não que se prometa uma selecção completamente objectiva - afinal, os autores e os editores querem-se pela sua subjectividade, pela sua forma particular de ver o mundo. Mas quem selecciona tem de estar consciente que os seus gostos pessoais podem interferir e impedir que o livro se revele no seu pleno, pois quem manda são as histórias.

Felizmente, há contos que atravessam, por vezes velozmente, todas estas barreiras, e prometem ser bons candidatos para as finais. Deste processo demorado, resultarão uma dúzia, mais ou menos (o número dependerá da dimensão dos contos e do tamanho final do livro) de galardoados para constarem da primeira antologia assumida de Pulp Fiction à Portuguesa.

Por isso, não desanimem e aguardem mais um pouco. A demora que experimentam não é mais do que a consequência de haver pouca capacidade de profissionalização neste mercado. O negócio dos livros do lado de quem escreve neste género não é suficiente para pagar aquelas contas que nos chegam todos os meses, e portanto a vida intromete-se nos prazos, que é o mesmo que dizer que acaba por ser um acto de paixão. É difícil para todos, em particular para vocês, público fiel que vai seguindo as nossas obras e contribuindo para o nosso crescimento. Mas no conjunto ainda somos poucos, e como qualquer movimento que depende dos números, é preciso espalhar a palavra. Não deixa de ser uma honra saber que são as nossas palavras que saciam a vossa sede. Mas falta ainda transformar o vosso familiar, amigo, vizinho, desconhecido da rua em ânfora. Só assim o oásis poderá cobrir o deserto.

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03 Junho 2009

I Have Seen The Future e foi uma experiência de dissonância cognitiva. Não há melhor modo de datar um filme que pela tecnologia retratada.

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02 Junho 2009

Se Não Têm Por Hábito ler a página de entrada deste sítio, fica aqui o alerta de que está a decorrer um passatempo cá na casa. Vão descobri-lo aqui. Aguardamos as vossas contribuições.

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31 Maio 2009

Estão A Brincar Comigo... Uma casa inteligente na Ericeira?! Não é propriamente uma tradução directa desta anteficção, mas a coincidência do local é intrigante... (ainda bem que não lhe atribui uma data mais distante... estão a ver as dificuldades de ficcionar o futuro próximo?)

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30 Maio 2009

O Futuro dos Nossos Avós ao lado do presente dos nossos netos. O primeiro não passa de mera curiosidade, aparte o comentário jocoso no final a respeito da indumentária masculina, que teria de ter obrigatoriamente espaço para um telefone, um rádio e caixas para moedas - substitua-se esta última por dinheiro de plástico, e acabamos por perceber que as necessidades de então tornaram-se nas respostas tecnológicas de agora (estão a ver a utilidade da ficção científica em explicar o presente?). Relativamente ao segundo,  basicamente uma demorada e fascinante explicação do novo sistema de comunicações da Google, apresentada com o profissionalismo habitual destas empresas norte-americanas (mas tão longe dos sonolentos TechDays da Microsoft), é na sua simplicidade e pragmatismo uma efectiva promessa de revolução da forma como comunicamos e interagimos em sociedade. 2010 não será o ano da Lua nem de monolitos em Júpiter mas o do networking - talvez um conceito menos romântico e não tão belo de representar visualmente, mas sem dúvida essencial para a nossa sobrevivência enquanto espécie (assumindo claro que o sol não se torna em Nova nos próximos tempos). O que será possível realizar no limite com estas formas de comunicação é algo que começamos a ter dificuldade em antever, embora desconfie que o próximo passo significativo será o da introdução de mecanismos efectivos de conversão de fala em texto e vice-versa, para eliminação da interface teclado - se aliado à tradução instantânea, teremos o nosso primeiro peixe de Babel. Efectivamente, a geração a que se destina já nem é sequer a dos nossos filhos adolescentes, que com a sua dependência de SMS, blogues, tweets e outras modas se tornaram subitamente antiquados, mas sim aos pequenos que estiverem a dar os primeiros passos no uso das tecnologias de comunicação. Se o futuro dos nossos avós é algo que nos traz um sorriso (porque efectivamente acabamos por ser nós esse futuro), o futuro dos nossos netos encontra-se para lá do horizonte, e muito dificilmente conseguimos discernir uma sombra do que virá a ser.

(Nota para futuras discussões: a singularidade está à porta e somos nós - um organismo social inteligente composto por seres humanos individuais em comunicação permanente; ou por outras palavras, Medusa.)

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28 Maio 2009

A Finalidade De Uma Livraria é de ter livros. Não colunatas gregas, castiçais de ouro, escadarias vitorianas, vitrais de eras perdidas glorificando heróis que possivelmente nunca o foram. Que o tenham, é um acrescento para os sentidos, mas infelizmente é também uma glória inútil, um desvirtuar da função, pois sabemos que tal não acontecerá sem o sacrifício inevitável de espaço para livros. Muito e muito espaço para muitos e muitos livros. Por isso perdoem-me se não consigo reproduzir nas Byblos deste país a absoluta rendição do espírito à beleza da livraria e continuo a medir cada Fnac, cada Bertrand, cada Pó dos Livros, cada Livrododia, cada cantinho independente de bairro - sem prejuízo do interesse dos projectos e da simpatia das pessoas envolvidas - contra experiências de outras terras, essas sim monumentos à realeza da palavra. Deixo-vos um pequeno vídeo narrado de Jeff VanderMeer, que aqui explica a razão do porquê - ao olhar para estes corredores feios e belos, apertados mas que afinal contêm universos, percebo tão bem o que ele quis dizer.

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