Exposição Prolongada à Ficção Científica  

   um blog de Luís Filipe Silva


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10 Junho 2007

(AINDA UM POUCO DE ARTE, MAS TAMBÉM FC). Mas garanto que se trata de TecnoFantasia: arte que não poderia existir na presente forma sem o recurso à tecnologia, e muito em particular, à informatização globalizada do planeta. Porque só através da tecnologia podemos telefonar para a Islândia, directamente para o coração de um glaciar, e escutar a agonia do seu derretimento. Essa instalação fez-me recordar outra magnífica (porque o edifício em si é magnífico e imponente e feito de metal e ferrugem como a Central Tejo de Lisboa) situada em Montreal, num silo de armazenamento de trigo para descarga de navios, no qual um conjunto de altifalantes e microfones permitem reproduzir no espaço oco sons gravados no computador pessoal e enviados pela internet (ou escutar os milhares de sons enviados pelos curiosos ao longo dos últimos anos): o Silophone - pode escutar o seu eco a 5000 km de distância, e sem sair de sua casa... E para terminar, o link de FC: a entrevista de Roberto de Sousa Causo, eminente autor brasileiro, a Orson Scott Card, pela iniciativa de publicação da saga completa de Ender na Devir Brasil (em Portugal, os dois primeiros volumes encontram-se na editorial Presença).

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10 Junho 2007

ENTENDO QUE SE TRATE de uma questão de definições distintas e de hábitos de leitura diferentes sobre o género. E de certa forma poderei ser alvo de uma sensação semelhante quando finalmente ler o livro. Mas confesso que fiquei algo surpreendido com o comentário do Nuno Galopim (personalidade que tem seguido e acarinhado o género em português desde sempre) sobre A Estrada de McCarthy, no qual afirma categoricamente que o livro "de ficção científica nada tem". McCarthy definitivamente não é reconhecido como fazendo parte do panteão da FC americana, pois à semelhança de Philip Roth trata-se de um autor de mainstream que necessitou de recorrer a instrumentos literários normalmente desenvolvidos no seio do género para passar uma mensagem... (ao contrário de Michael Chambon e David Mitchell, bastante mais próximos e conhecedores da FC, mesmo apesar da sua principal condição de fabulistas de mainstream). Contudo, mais adiante o Nuno refere-se refere ao livro «(...) cuja escrita, simples, mas precisa e eficaz, transpira imagens expressivas, através das quais imaginamos uma caminhada para o fim de tudo. Visões de melancolia cinzenta que convocam memórias de, por exemplo, um Stalker, de Tarkovsky.» Não se trata aqui de demarcar um território em torno da obra, no sentido de ter de apropriar tudo o que pareça ser minimamente especulativo como FC. Mas o mero tema de uma América desolada pela qual pai e filho encetam viagem e na qual a memória perdida do passado deu lugar a um novo, desconhecido e angustiante mapa mitológico sugere-me de imediato imagens fortes de FC, semelhantes a cenas e retratos do filme Os Filhos do Homem (embora não no livro original), do qual também muito se afirmou não conter nada de ficção científica. Creio que é algures entre a certeza daquela afirmação inesperada e o seu respectivo não desenvolvimento que reside a minha curiosidade - a curiosidade de entender o que haverá na obra (e o que poderá haver em obras semelhantes), por um lado, e o que se entende como FC na mente inconsciente, por outro, que efectivamente as separam...

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