Exposição Prolongada à Ficção Científica  

   um blog de Luís Filipe Silva


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30 Julho 2008

Crónicas de Praga. De entre as experiências humildificantes (se o termo não existia, passa a existir, Silva gratia) da vida, entrar na Palác Knihy - Palácio dos Livros, o que por aqui passa por Bertrand, excepto com mais livros e andares - encontra-se certamente entre as primeiras, pelo menos no que respeita a todo o trabalho enquanto autor e leitor da língua portuguesa. A importância, ou falta dela, do povo cuja epopéia o coitado do Camões se esforçou por salvar das águas do Índico (se nos fiarmos nas lendas; o mais certo é que tenha sido logo socorrido por uma caravela e tenha chegado a bom porto refastelado numa cadeira e a sorver margaritas) é perfeitamente evidenciada no absoluto vazio em que se encontra (ou não) neste país europeu de dez milhões de habitantes: ausente das livrarias, ausente dos menus, ausente inclusive das variedades de dicionários de equivalência do checo. É plausível, obviamente, que a nossa superioridade futebolística no recente Euro os tivesse levado a enterrar todos os vestígios lusitanos neste país, e que seja apenas por despeito que ao saberem-nos portugueses nos tentem ajudar com instruções em espanhol... Talvez os tradutores automáticos venham salvar a nossa língua, mas não creio que cheguem a tempo. Mais umas centenas de anos e não passaremos de assunto de tese de mestrados. Ao menos canta-se em brasileiro nos centros comerciais; lembro-me que bastam mais três ou quatro acordos ortográficos e dois acordos gramaticais, e já ninguém dará pela diferença.

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30 Julho 2008

Crónicas de Praga. Na principal praça da cidade, a Staromêstské, enfiada entre dois restaurantes armadilha-para-turistas (esquecem-se inocentemente de vos avisar que as bebidas são ali 5 vezes mais caras que numa mercearia), encontra-se uma singela livraria de ficção científica e fantasia, gerida por dois simpáticos ocupantes de aspecto marrão, como é regra mandatária em qualquer livraria especializada do género no mundo. A Mladá Fronta vai sobrevivendo por também vender livros de Praga a turistas, mas mais de dois terços estão dedicados a FC estrangeira, traduzida e nacional (ampla variedade de tudo). Pergunto se aquela é a única livraria do tipo, e informam-me que não, há pelo menos dez. Os joelhos tremem-me. A voz fica embargada. A única outra livraria da praça está dedicada a Kafka, um dos melhores autores de fantástico da História. A selecção deste sítio deve ser extremamente cuidada, pois não encontrei vestigios de Saramago. Cada vez mais me convenço que estou no Refúgio Paradisíaco para Amantes de FC.

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