Exposição Prolongada à Ficção Científica  

   um blog de Luís Filipe Silva


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26 Outubro 2008

«Contos Bizarros» é uma revista que teima em ressurgir da campa, pois sempre que se tentou terminá-la, desde o momento em que foi criada em 1923 pelo jornalista J.C. Henneberger, outro editor ou entusiasta decidia adquiri-la e fazê-la respirar por mais um punhado de números. Como todas as revistas da era pulp e subsequentes, serviu de laboratório para o surgimento de novos autores e como impulsionadora de carreiras literárias - a presença constante e demarcante através do formato conto permitiu a muitos nomes, hoje bastante conhecidos (Robert Bloch, Robert Howard, Fritz Leiber, Theodore Sturgeon, entre outros), construir um base de leitores e saltar para o formato livro quando este se começou a tornar relevante nos anos 50. Uma estratégia que passa ao lado de muitas editoras actuais...

A última encarnação da revista leva Ann VanderMeer, esposa do conhecido autor que nos visitou em 2006, ao leme, e digamos que a escolha não podia ter sido melhor. Entre as inúmeras mudanças, encontra-se um sítio web melhorado e uma iniciativa de One Minute Weird-Tales, cujo primeiro número vos deixo, uma mini-história que fará as delícias das seguidoras «os-homens-não-prestam» da Margarida Rebelo Pinto:

(via SfSignal)

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25 Outubro 2008

Que Um Autor Tenha um Momento Hemingwayesco como este (refiro-me a este momento) nos dias que correm é, lamento dizê-lo, pura ingenuidade. Nem me refiro ao roubo. Os computadores são instrumentos instáveis, cheios de manias e humores, que é preciso amansar com flores e chocolates e idas ao cinema (esperem, confundi-me...). Guardar o nosso trabalho mais importante nas entranhas de um destes bichos e esperar que tudo corra sempre bem é como deixar o nosso bebé vigiado por um leão. Na era dos bits e da electrónica, caros aspirantes a escritor, façam cópias. Não custa nada. E no que toca à escrita (que se possa traduzir num punhado de documentos de texto contendo diversas variantes do livro, listas de links e excertos para referência, talvez PDFs ou ficheiros de imagem contendo páginas scanneadas de bibliografia, tudo arquivado numa meia-dúzia de pastas organizadas), nada mais simples do que produzir um ficheiro comprimido com toda a parafernália envolvida e guardá-lo, não apenas num disco externo, pen ou cartão digital, mas online.

Sim, online. Existem dúzias de sítios que, gratuitamente ou por poucos dólares, guardam ficheiros para acesso remoto em qualquer parte do mundo (por exemplo, este). Contudo, para o fim em questão, nem isto é necessário. Basta abrirem uma conta no Gmail, criar uma mensagem, fazerem a anexação do ficheiro e guardarem a versão rascunho com uma indicação no «Assunto» do conteúdo. Não a enviam a ninguém - este rascunho irá manter-se indefinidamente até o apagarem, bastando aceder a esta área e descarregar o ficheiro para outro computador ou substitui-lo por outro mais actualizado quando quiserem. Roubaram-vos o equipamento, o controlador do disco pifou, deixaram de ter acesso à informação? Rapidamente sacam de outro computador, alugado ou emprestado, e continuam a escrever alegremente para cumprir o prazo anunciado. Mudando primeiramente as palavras-chave dos sítios online, obviamente. Vão de viagem e não querem perder o contacto com a obra? Entrem num cibercafé por alguns euros à hora (cuidado com as palavras-chave, novamente) e é como se continuassem em casa. Eis o milagre da globalização.

E para situações nas quais não se tenha a certeza de dispor do software correcto para continuar a trabalhar no texto (algo muito comum a quem muda constantemente entre Mac e PC), existem aplicações online para processamento de texto que apenas necessitam de um navegador e de uma ligação à internet - Google Docs, Zoho Writer, entre outras. Ou então abrem um grupo num fórum de discussão do qual sejam vocês os únicos participantes (e talvez alguns amigos mais chegados), como o Yahoo! Groups ou o Google Groups, e poderão ir enriquecendo, directamente no grupo ou por envio de emails, a obra, pedaço a pedaço. Li em tempos um artigo sobre alguém que aproveitava os tempos mortos no emprego para enviar emails a si mesma (actividade que não despertava as suspeitas dos colegas), nos quais ia construindo o romance.

Dirão que nenhum método é seguro, que todos estes são falíveis - as contas podem ficar bloqueadas, o fornecedor pode desaparecer. Concordo absolutamente. Por isso é que defendo que se devem usar todos eles. Guardar ficheiro e escrever num grupo e colocar o texto num blogue privado e manter cópias de segurança físicas. Distribuir o risco para evitar a perda completa. Ter o cuidado de datar os textos para se poder voltar atrás e conseguir-se conjugar as versões. E escolher-se soluções que permitam um acesso rápido a partir de qualquer dispositivo, em qualquer momento, para aquela situação em que, enquanto se espera na fila, surja a cena perfeita que deve ser registada imediatamente - bastando só sacar de um telemóvel com teclas e escrever alegremente...

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