Exposição Prolongada à Ficção Científica  

   um blog de Luís Filipe Silva


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01 Novembro 2008

30 Dias de Pulp. Agora que se aproxima o prazo final para enviarem as vossas colaborações à antologia Pulp Fiction à Portuguesa (vide caixa à esquerda) que me encontro a organizar e que sairá em épocas de Feira do Livro no próximo ano, eis um último incentivo à vossa imaginação, na forma de uma capa evocativa dos tempos áureos do pulp por dia... e breves cenas de possíveis histórias por elas inspiradas (estejam à vontade para enviar as vossas; as melhores serão publicadas neste espaço).  


(Arte: Rafael DeSoto)

Lá vinha ele com mais um dos seus argumentos egoístas. Queria ir tomar uns copos com os amigos. Não ia para longe, diria ele, só para o morro sobranceiro à Embaixada da Sopércia, apenas tomar umas cervejolas. Tudo muito inocente. Como se ela se tivesse esquecido das outras vezes! Mas julgava que era parva? Que estava para aturar que lhe entrassem em casa novamente durante a noite, que lhe partissem as janelas e arrombassem as portas? Da última vez tinha estragado um bom conjunto de facas a deter os atacantes e ainda por cima ele tinha decidido enterrá-los no canteiro das buganvíleas. O trabalho que as flores lhe tinham dado, tudo para nada. Ele que não ousasse! Ia com os amiguinhos embebedar-se e atirar à distância contra o quartel dos terroristas. O estado em que as roupasvoltavam! Ele julgava que ela não tinha mais nada que fazer do que passar horas a esfregar as manchas de sangue e C4 das camisas?

Ele que não viesse com pedidos daqueles novamente. Ela tinha de ficar em casa, enquanto ele fazia explodir campos de treino e degolava bombistas-suicidas?

Porque é que ela não podia ir também?

Porque é que ele nunca a levava?

Bem, desta vez ele não ia conseguir nada. Tinha um contra-argumento bem forte entre mãos!

(É verdade que ter casado com o grande agente secreto Dick James tornava as coisas mais emocionantes na cama, mas por vezes ela ansiava que ele fosse apenas um humilde vendedor de utensílios para o lar...)

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31 Outubro 2008

The Ultimate Geeky Dream. Uma visita ao processo de fabrico da Lego. Catedrais de peças encaixáveis com uma linha de produção de milhares de objectos por hora e totalmente robotizada, para satisfazer um mercado mundial caracterizado por uma crescente e fútil necessidade de construir modelos a pequena escala de pedaços do nosso mundo. Imaginem uma situação de um mercado galáctico, no qual biliões de crianças aguardam pelos conjuntos de montagem (possivelmente já auto-conscientes); para satisfazer este mercado, além de uma frota gigantesca de transportadores girando em milhares de órbitas lentas (partindo do pressuposto que a velocidade da luz é efectivamente inultrapassável), teríamos a canibalização de mundos inteiros recheados de silício e carbono para produzir os polímeros necessários para tamanha procura. Planetas da dimensão de Marte ou talvez de Júpiter (incluindo todo o manto atmosférico) destruídos para se converterem em peças Lego. Imaginem então que o mercado pertence a outras espécies, e que o nosso sistema solar – e principalmente, o nosso humilde-planetinha – se encontra no caminho da rota de abastecimento... Eis um drama com grandes possibilidades de natureza épica e crítica social. Pois quem precisa de verdadeiramente temer tiranos e impérios galácticos quando a grande besta capitalista olha na nossa direcção cheia de fome?

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