Exposição Prolongada à Ficção Científica  

   um blog de Luís Filipe Silva


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21 Novembro 2009

E Depois Das Enfadonhas notícias sobre contos e publicações minhas, eis algo verdadeiramente notório: uma simulação animada sobre a possibilidade de a Terra ter anéis orbitais parecidos aos de Saturno.

Como poderão observar, são imagens belas e poéticas. A filosofia, a religião e possivelmente a nossa forma de encarar o planeta teria sido diferente. Decerto que os anéis, vistos da superfície terrestre, não seriam tão uniformes como a simulação, apresentariam desigualdades ou imperfeições na superfície - imperfeições que rodariam em torno do planeta em órbitas mais céleres que a da Lua, que seriam estudadas na antiguidade e que, talvez, conduzissem os antigos gregos às leis da mecânica celeste que só milénios mais tarde Newton sintetizaria matematicamente. Imperfeições que ajudariam os navegadores oceânicos do passado a ultrapassar o problema de determinar correctamente a longitude e assim facilitiariam as expedições aquáticas a grande distância, contribuindo para uma conquista mais rápida da globalização. Talvez o heliocentrismo nunca tivesse sido popularizado - embora desconfie que, existindo nós no interior de tais anéis, certos temas religiosos, como o Paraíso e a ascensão a planos superiores, se tornassem mais intensos. Os homens adaptariam as palavras dos textos religiosos para acomodar o fenómeno das alturas. Imaginariam seres a habitar os anéis, anjos ou demónios ou simplesmente observadores que criticariam o comportamento humano. E os signos não precisariam de encontrar padrões nos céus estrelados e ligariam o destino das gentes e das nações à conjunção particular de cada traço, cada círculo do anel. Sem esquecer, obviamente, que estes seriam designados à exaustão - uma palavra para os anéis iluminados, uma para os anéis na sombra da Terra, uma para os anéis na transição entre sombra e dia, uma para cada cor e tom e forma...

Não foi contemplada na simulação mas imaginem os anéis a tombarem sobre o nosso horizonte atlântico, e como teria sido uma imagem mais evocadora que os espaços urbanos de Paris e Nova Iorque e Madrid...

Nem tudo seriam rosas, obviamente. A luminosidade dos anéis dificultaria o estudo das constalações e dos planetas (pelo menos em algumas latitudes) e a radiação reflectida talvez aquecesse o planeta a ponto de atrasar o surgimento da vida. Sem dúvida que a nossa História teria sido diferente.

Fica no entanto a confirmação que se pode ter uma ideia própria da Fantasia, especular sobre a sua possibilidade a nível da Ficção Científica e daqui tecer Literatura. Sinceramente, não entendo, por vezes, a necessidade dos confrontos entre os géneros.

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21 Novembro 2009

Não Há Fome Que Não Dê em fartura e que não regresse à fome novamente. Num espaço de poucas semanas, depois da publicação de «Dormindo com o Inimigo» na Galeria do Sobrenatural, como devidamente relatado anteriormente, eis que volto a ter a honra e o prazer de ombrear com os colegas brasileiros numa série de antologias que promete dar que falar: Imaginários, da Editora Draco. Estes dois primeiros volumes nascem de um projecto com dois anos de idade e outro nome, e como podem ver pelas capas, é uma colecção que se pretende destacar desde o primeiro instante (as ilustrações das capas seguem muito de perto o estilo de bande dessiné que se encontra no mercado francês da literatura fantástica). Organizada por Saint-Clair Stocler, Eric Novello e Tibor Morizc, reune neste dois volumes, além dos próprios organizadores, Gerson Lodi-Ribeiro, Giulia Moon, Jorge Luiz Calife, Ana Lúcia Merege, Carlos Orsi, Flávio Medeiros, Roberto de Sousa Causo, Osíris Reis, Martha Argel, Davi M. Gonzales, Richard Diegues, João Barreiros, Jorge Candeias, Alexandre Heredia, Sacha Ramos e o decano da Ficção Científica brasileira, André Carneiro. Entretanto, António Luiz Costa, da Carta Capital, já percorreu estes territórios imaginários e apresenta um relato da viagem. Exceptuando a minha própria participação (uma versão actualizada do subtil «A Casa de um Homem»), tudo boas razões para ler, diria... 

Entretanto, no mercado nacional (luso), sairá outro inédito, «Não é o Que Ignoras o Motivo da Tua Queda Mas o Que Pensas Saber», numa antologia de brinquedos terríficos, a par com os grandes nacionais: David Soares, João Barreiros e João Ventura: Brinca Comigo! E Outras Estórias Fantásticas Com Brinquedos, da editora Escrit'orio, a nova designação da ex-Chimpanzé Intelectual (que passará a emprestar a designação à colecção de fantástico). Uma antologia de terrores e assombrações da infância, que deverá estar nas bancas até ao início de Dezembro.

Já não vos faltarão ideias para este Natal (wink wink nudge nudge)...

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