Conceito de Luís Filipe Silva

Ficção Científica, Fantástico, Surrealismo, Realismo Mágico, Terror, Horror, Ciberpunk e História Alternativa - e por vezes, se fôr de excelente qualidade, ainda fechamos os olhos a um certo Mainstream...

[Conheça o Manifesto]


Os acontecimentos mais recentes da ficção científica e fantástico em Portugal e no mundo

Destaques |  27 Jul 2007
FC em Português
O blog do Nuno Galopim e do João Lopes inicia hoje uma série de comentários sobre os universos da Ficção Científica e do Fantástico, no âmbito de leituras de verão, representando, segundo eles, material não incluido no artigo sobre o género publicado há cerca de um ano (e aqui noticiado) no suplemento do Diário de Notícias. Embora este texto inicial apenas seja de contextualização, aguardamos ansiosamente as recomendações, esperando que se verifique uma saudável mistura de edições nacionais (para quem não gosta ou não sabe ler em inglês) e de originais não editados por cá (para os mais avançados da turma). A não perder. [link] Isto no dia em que Área Protegida, obra audiovisual de José Moreira, filme de «ficção científica rodado integralmente na Praia do Furadouro em Ovar» abre o festival Avanca'07 - Encontros Internacionais de Cinema, Televisão, Vídeo e Multimédia [link]. Ainda neste fim de semana, estreia na RTP2, no domingo 29, às 13h30, a série de documentários sobre a história da Banda Desenhada portuguesa, VERBD, produzida por Paulo Moura, o que constitui um inédito no nosso país [link]

Lançamentos |  07 Jul 2007
Fica Entre o Quarto Dia e o Sexto...
Não, não se trata da nova série do 24. O Quinto Dia, do alemão Frank Schätzing, baptizado na edição portuguesa com o mesmo título que obteve na espanhola, embora o título original Der Schwarm signifique «enxame» (mais um indício das crescentes ligações editoriais ibéricas no nosso país?), é um tecno-thriller sobre a reacção do planeta contra a presença da espécie humana, o que inclui, entre outros, o surgimento de um organismo inteligente nos oceanos, que começa a controlar as espécies marítimas e logo a ameaçar-nos directamente. Trata-se de uma forte mensagem ecologista, própria dos tempos em que vivemos, acompanhada por uma forte crítica à actuação dos Estados Unidos nesta área, que valeu ao autor um conjunto de protestos dos críticos literários americanos ao verem o país representado no livro por personagens estereotipadas. A edição portuguesa da D. Quixote é um sugestivo volume massivo que reúne numa única edição o romance completo - não tendo cedido à tentação de dividir a obra em duas publicações mais esquálidas e baratas, veremos se isso ajuda ao sucesso editorial. Estranhamente, para uma obra que vai ser adaptada ao cinema e que teve tanto sucesso pela Europa, ainda não fomos presenciados com a intensa campanha de promoção obrigatória. A ler, não só por ser um livro divertido, mas também porque se trata de Ficção Científica europeia não-anglo-saxónica, aparição rara no nosso mercado.

Destaques |  07 Jul 2007
No Centenário de Heinlein
Robert Anson Heinlein, possivelmente o escritor mais influente da Ficção Científica durante o período de glória da revista Astounding de Campbell nasceu neste dia, faz hoje cem anos, e a imprensa nacional não ficou alheia a este facto: Eurico de Barros dedica-lhe uma secção no Díário de Notícias [link] e Nuno Galopim inclui no seu blog um artigo [link]. Polémico pelas suas posturas demagógicas nos campos da política, da emancipação feminina e da liberdade sexual, Heinlein foi um autor que quebrou barreiras num género que então era considerado como habitáculo de escritores menores ou incapazes - um pouco à semelhança do que ainda sucede um pouco actualmente no nosso meio literário. A ele deveu-se, àparte as citações e obras que os artigos tão bem apresentam, a publicação do conto «The Green Hills of Earth» no jornal Saturday Evening Post em 1947, uma conquista importante para a época (de acordo com as palavras de Isaac Asimov) por representar o surgimento de uma história assumidamente de FC (sobre Rhysling, astronauta cego pela radiação e também poeta, e ao atravessar o sistema solar, incapaz de apreciar a beleza do espaço, compõe um poema em que relembra as verdes colinas da Terra, para onde deseja retornar no fim da vida) num jornal importante. Esta história não se encontra publicada em Portugal, bem como grande parte da sua ficção curta, igualmente imprescindível, mas entre outros, ainda é possível encontrar, indo aos armazéns, por encomenda directa e nos alfarrabistas: O Número do Monstro, A Rapariga de Marte, Estranho Numa Terra Estranha, Não Temerei Nenhum Mal, O Gato que Atravessa as Paredes, Friday, e a nosso ver, as obras mais interessantes, Viajantes do Espaço ou Equipagem Espacial (consoante seja a edição da Europa-América ou da Livros do Brasil), e Porta Para o Verão ou Escala no Tempo (consoante sejam da Caminho ou da Livros do Brasil) - mas poderão encontrar a informação bibliográfica completa dos títulos publicados em Portugal na Biblowiki de FC&F [link]. De assinalar ainda o comentário absolutamente perspicaz do Nuno Galopim, quando estranha a ausência do autor «dos escaparates das livrarias portuguesas, apesar de haver ainda títulos disponíveis em armazéns, e que nenhuma editora portuguesa com colecções activas na área da ficção científica se tenha lembrado de o reeditar» - se nem os grandes cânones da FC merecem destaque nas nossas livrarias de hoje (a não ser que surja um filme baseado numa das suas obras, mas isso é um fenómeno comercial distinto), que melhor prova necessitam para concluírem, caros leitores, de que não existe nenhum, absolutamente nenhum editor nem colecção actuais verdadeiramente dedicados à Ficção Científica no nosso mercado?

 |  17 Jun 2007
Diário de Notícias Fala de Fantasia
Embora erroneamente referindo-se a «literatura fantástica» (termo que encompassa inúmeras variantes literárias e tradições culturais, bem mais extenso e complexo que o abordado), o Diário de Notícias apresenta na edição de hoje um par de textos sobre o estado da Fantasia nas livrarias e nas editoras. De índole relativamente simplista, a explicação sumária dos cronistas, cheia de boa-vontade, não aborda os principais problemas da respectiva edição em Portugal (falta de posicionamento editorial das colecções existentes, ausência de enquadramento dos títulos seleccionados na cultura portuguesa, cuidado nas traduções, cultivo de uma comunidade de leitores com gostos exigentes na matéria, e tantos outros) nem tenta sequer contextualizar os que apresenta face ao mercado internacional (o que é indispensável quando as principais influências conhecidas - as lendas celtas, o exemplo de Tolkien, entre outros - estão muito longe da cultura lusitana). Ainda assim é possível discordarmos com algumas das afirmações, pois não é completamente correcto dizer-se que o «fenómeno chegou [a Portugal] com cerca de 20 anos de atraso face à tradição inglesa», pois isso é negar o extenso trabalho efectuado pelas colecções Argonauta e Livros de Bolso Europa-América, que nos deram a conhecer Le Guin, Zelazny, McCaffrey, Blish, Garrett e tantos outros indispensáveis, décadas antes da presente moda. A afirmação mais acertada provém de Rogério Ribeiro, co-organizador do Fórum Fantástico e director da única revista de literatura especulativa em língua portuguesa, a Bang!, quando afirma notar-se «um desconhecimento da área, mesmo por parte de muitos que a publicam em Portugal», percepção que acaba por se confirmar nas declarações dos editores entrevistados, nas quais se nota uma completa ausência de linhas editoriais bem demarcadas e fundamentadas e se limitam a referir números de vendas e rapidez na tradução de best-sellers mundiais (estes, sim, garantidamente escolhidos com base em linhas editoriais concretas). Quanto será realmente assim ou quanto se deverá a problemas na concepção do artigo, isto só outros artigos, publicados em outros jornais, ajudarão a ajuizar. Fica no entanto a referência para vossa apreciação. [link] [link]

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(c) Luís Filipe Silva, 2003/2007. Não é permitida a reprodução não autorizada dos conteúdos.

Breves   Subscrever

27 Nov 2011: Uma nova história enriquece a nossa secção de Ficções: Omegalfa do belga Frank Roger, fábula sobre o tempo e o devir. [link]

26 Abr 2011: Encontra-se disponível para leitura gratuita a antologia Lugares Distantes, organizada por Daniel Cavalcante e Jonathan Cordeiro Cavaca, contendo relatos fantásticos de autores portugueses e brasileiros, entre os quais Emanuel R. Marques, João Rogaciano e Bruno Resende Ramos. [link]

14 Nov 2010: Hoje, no Fórum Fantástico: workshops de escrita com David Soares e Luís Pereira, painéis sobre sugestões de leitura, banda desenhada e fantástico, e curtas portuguesas. A não perder [programação]

14 Nov 2010: Atribuidos os prémios franceses Utopiales 2010. Vencedores ex-aequo: Cygnis de Vincente Gessler e Tancrède de Ugo Bellagamba [link]

20 Jul 2010: Lançamento inaugural do jornal Conto Fantástico, dia 21, às 19h, na Biblioteca Municipal Orlando Ribeiro, Telheiras, Lisboa.

[MAIS]

Destaque


Por Universos Nunca Dantes Navegados - Antologia da Nova Literatura Fantástica em Língua Portuguesa. 14 histórias da pena de autores portugueses e brasileiros, numa antologia inédita, que exploram os universos da ficção científica e da fantasia. Venha conhecer a obra de Telmo Marçal, João Ventura, Octávio Aragão, Yves Robert, Maria Helena Bandeira, Gabriel Boz, entre outros. [MAIS DETALHE]

Recentes

O Futuro à Janela em E-book - Em 1991, a Editorial Caminho atribuia o prémio bienal de originais de Ficção Científica em língua portuguesa a uma colectânea de 11 contos e um poema, intitulada O Futuro à Janela. Em 1998, esse mesmo livro era re-editado numa colecção de jovens autores portugueses do Círculo de Leitores. Hoje, o livro continua a desbravar territórios numa versão gratuita em e-book, para leitura e divulgação. Era a obra de estreia de Luís Filipe Silva, que agora vai mantendo o site que se encontram a ler e escrevendo outras coisas. Versão em ficheiro PDF, 400kb. [link]

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17 Fev 2024: Manifesto a desfavor
20 Ago 2023: Ler é um acto solidário.
07 Ago 2023: Assim em França como...

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