Exposição Prolongada à Ficção Científica  

   um blog de Luís Filipe Silva


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15 Novembro 2009

Depois De Suportar a difícil travessia pela prosa insalubre de Stephen Baxter em «The Turing Apples» (um enredo banal a respeito de mais um contacto SETI misturado com alguns toques interessantes de uma família disfuncional) e pelo enredo inesperadamente irritante de «From Babel's Fall'N Glory We Fled» de Michael Swanwick (cujo Dragons of Babel espera pacientemente na lista do meu Sony Reader), eis que o último Year's Best de Gardner Dozois ofecere finalmente uma pérola que encarna os tempos áureos da Ficção Científica: «The Gambler», de Paolo Bacigalupi.

O conto tinha sido já alvo de debate online e Bacigalupi é um dos mais notórios (e raros) jovens autores do género com a capacidade de misturar uma perspectiva não-americana com uma atitude racionalista sobre o futuro. Aqui apresenta-nos uma visão muito pessoal de um conflito interior entre culturas e atitudes, entre a forma de vida americana que toda a Europa, e em particular Portugal, se encontra a imitar e a ditadura oriental de onde o protagonista é originário, igual a tantas outras ditaduras e que evoca os encontros proibidos e prisões a meio da noite descritas nos assustadores discursos de esquerda da nossa infância. Acima de tudo, não tem receio de apresentar-se enquanto comentário político e forte crítica social sobre o sistema de valores desse futuro (que melhor se diria: presente). Longe de ser apenas mais um conto com vestes de antecipação mas cujo cerne não passa de uma situação de costumes ou uma senda policial - contos nos quais a sociedade proposta, não existindo como personagem mas somente  como cenário, jamais é posta em causa -, é uma experiência emocional, como o deve ser toda a ficção, uma postura que questiona, incomoda e tece uma nova perspectiva sobre os nossos comportamentos. Está tudo aqui: culturas em diferentes estágios de evolução, um olhar sobre o valor e a liberdade do indivíduo numa sociedade complexa, a ilusão da tecnologia, e uma postura final - escolher-se de que lado do rio da demagogia ficamos.

Não há FC desta qualidade em língua portuguesa. Quase já não encontramos FC deste tipo em língua inglesa. Anda toda a gente bem comportada para poder receber uma prenda do Pai Natal Nielsen Bookscan. A raridade deve ser apreciada enquanto dura. Melhor do que descrevê-lo é ler o conto na íntegra, por suas próprias palavras. Neste blogue não encontram textos de apoio para estudantes indolentes.

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14 Novembro 2009

Cool! Vejam até ao final. Eis finalmente explicado o motivo pelo qual nenhum viajante do tempo conseguiu matar Hitler.

(Exemplo do que falávamos há pouco: história bem escrita, humor, dinamismo e criatividade, aliados a baixo orçamento.)

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