Exposição Prolongada à Ficção Científica  

   um blog de Luís Filipe Silva


Encontra-se em modo de artigo. Para ver as outras entradas vá para a Página Inicial ou Arquivo, no menu da direita.

29 Dezembro 2010

Efemérides de 2010 (II). A segunda efeméride de 2010 é, obviamente, a preparação da antologia Os Anos de Ouro da Pulp Fiction Portuguesa. Depois de termos anunciado os vencedores, caimos num relativo silêncio - não obstante os contactos que foram sendo efectuados com os autores - do qual nem o eco saía, apenas cortado por uns teasers ocasionais no Fórum Bang!.

Quero deixar bem claro que a editora Saída de Emergência é absolutamente isenta de responsabilidade, e mais, tem continuamente incentivado e procurado alternativas para a conclusão do trabalho - o qual, se tem encontrado emperrado exclusivamente da minha parte, por motivos pessoais e não só. Apenas posso pedir desculpa e lamentar que as circunstâncias não sejam diferentes, e que não seja possível profissionalizarmo-nos neste mercado (significando para isso ter a possibilidade de dedicar tempo efectivamente produtivo - e não tempo roubado à família e às outras necessidades pessoais - sem quebra de rendimento). Aliás, é da consciência de todos os envolvidos que este projecto não fará dinheiro, tentando-se que não perca demasiado, o que torna todo o esforço inglório e injusto. Sim: inglório e injusto. Não é a roubar constantemente horas às noites e aos fins-de-semana que se sustenta uma literatura (pelo menos, uma que tente não se limitar a decalques de vampirada). Não é no torpor do período pós-laboral que se encontra a inspiração. Não é assim que se compete dignamente contra produtos internacionais realizados por gente focada no objectivo e devidamente remunerada.

Resta o alimento das palmadinhas nas costas, mas, como todos sabemos, apenas acontecerá se o resultado for excepcional (e depois de tanto tempo, não se quer menos do que isso); pelo contrário, e sem dúvida alguma, o pendor para a exigência desmesurada (como se o mercado nacional fosse daqueles a sério), para a inveja e frustração deslocada (sempre me surpreendeu quem vê assim tanta fama e glória na FC nacional) ou simplesmente para a inércia do costume alimentarão o habitual zumbido das críticas-varejeiras. A imprensa dar-lhe-á destaque mínimo ou inexistente, e haverá quem categorize a iniciativa como irrelevante ou um desperdiçar de oportunidade, pois não vão entender nem entrar na brincadeira. O ponto positivo é o do trabalho gráfico da editora, que, posso garantir-vos, está para lá de excelente e que por si só merece a aquisição.

Isto não é uma lamúria mas uma constatação. Como bem dizia o Heinlein - e nisto ele não perdoava -, «és parvo, esperavas que te agradecessem? Faz, mas é, o teu trabalho.» Ainda assim, diria eu com pena, há anos que este mercado não medra, mas um outro anagrama.

Para terminar, tomei conhecimento de comentários efectuados ao desbarato, anónimos ao que parece e tanto melhor, pelos quais se equacionava o presente atraso com a dedicação da minha pessoa a outras iniciativas entretanto concluídas. Ora, não só isto representa uma profunda ignorância de como funciona e se fecunda o espírito criativo (que não olha para o mundo com as palas dos asnos mas prolifera na diversidade), como esquece-se convenientemente de perguntar que tempo tem sido efectivamente dedicado a cada uma, e coloca-se, a meu ver, com igual inteligência - ou seja, estupidez - de quem apontaria o dedo a pais que, tendo um filho doente e hospitalizado, insistissem em alimentar e vestir, todos os dias, o irmão dele.

O bom sinal é que ainda continua a haver quem acredite e aguarde por um livro de qualidade. A essas pessoas, e aos autores - para lá de pacientes - e à própria editora, o nosso imenso agradecimento e apenas pedimos só mais um pouco de paciência. A parte mais difícil do caminho já ficou para trás.

[Link Permanente

27 Dezembro 2010

Efemérides de 2010 (I). Ter descoberto que as palavras mais bonitas da língua portuguesa não são Amo-te nem É um menino nem sequer Vamos de viagem, mas simplesmente Não é maligno.

(Esta tem o condão de calar conversas. O respeitinho que temos por estas coisas...)

(Aconselho-vos entretanto o excelente livro abaixo, que apresenta uma nova - e a meu ver, extremamente acertada - visão sobre as interacções vírus-hospedeiros ao longo dos milénios, e como ainda estamos no início de entendermos a complexidade do nosso património genético. Repleto de boas ideias para o entusiasta de FC)

[Link Permanente

Site integrante do
Ficção Científica e Fantasia em Português
Texto
Diminuir Tamanho
Aumentar Tamanho

Folhear
Página Inicial

Arquivo

Subscrever
Leitor universal