Exposição Prolongada à Ficção Científica  

   um blog de Luís Filipe Silva


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01 Janeiro 2014

É Refrescante Começar O Ano com a leitura de uma entrevista (bastante antiga) de Noémia Delgado a António de Macedo, que acabara de realizar a sua primeira longa-metragem, Domingo à Tarde, e encontrar estes preciosos comentários (in Jornal de Letras e Artes, 12 de Maio de 1965, pg. 4):

ND: Se pudesse realizar um argumento seu, qual o tema ou personagens que gostaria de tratar? Porquê?
AM: Ficção científica. Talvez por temperamento. E, depois, na ficção científica encontramos o «maravilhoso» que existe no «contar uma história». O que nos encanta nas histórias é a evasão e a consciencialização – que podem não ser incompatíveis. Creio que não devemos ir só para o que diverte, como nem só para o que adverte. Na ficção científica intensifica-se tanto a diversão (ou evasão) como a advertência. Há sempre um mundo diferente que em princípio nos pode encantar, mas no qual pode haver lugar para as mais trágicas consequências. A advertência existe no facto de esse mundo, quer queiramos quer não, ser facilmente (mesmo que apenas ficticiamente...) um prolongamento do nosso. E o facto de ser trazido ao nosso presente por meio da ficção confere-lhe um acréscimo de impressividade e portanto, de eficácia, que torna as obras de ficção científica (autênticas) das mais graves do nosso século.

A ginja no cimo do bolo surge, contudo, um pouco mais adiante:

ND: O cinema dito comercial não irá implicar uma alienação por parte do cineasta?
AM: Sim e não; porque se o cinema comercial significar um ritmo de narração que possa prender o espectador, o realizador pode, em princípio, introduzir na narração os problemas que lhe interessa contar.

Um dia, quando sentir que tenha lido e investigado o suficiente sobre o percurso do cinema português, desconfio que hei-de escrever uma história alternativa em que a perspectiva do António vingou atempadamente sobre todas as outras, empurrando certas obras e tendências anti-narrativas para os confins do esquecimento...

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12 Dezembro 2013

Escutado em Entrevista Radiofónica ao editor das Publicações Europa-América, Francisco Lyon de Castro, por ocasião da estreia do segundo filme do Hobbit: durante o período de 2001 a 2004, em que foram lançados os filmes do Senhor dos Anéis, o total de vendas da edição nacional da trilogia, que teve tradução da Fernanda Pinto Rodrigues, ascendeu a (estão sentados?) 400 mil exemplares (continuam sentados?) por volume!

Sim, eram outros os tempos: a Fantasia era novidade e o mercado acorria. A oferta era escassa e dispersa. E o segundo senhor com dois R's no nome (G.R.R.M.) ainda não viera ocupar parte do trono ao primeiro.

Mas... mesmo assim... mesmo com a maturidade do mercado... mesmo com os factores inflaccionistas e multiplicadores... como é possível que o mercado para autores portugueses não seja 10% - ou 1% - daquela grandeza? Porque é que se situa, com alguma generosidade, nos 0,2%?

Lamento, não consigo deixar de pensar que andamos a fazer algo de errado...

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