Exposição Prolongada à Ficção Científica  

   um blog de Luís Filipe Silva


Encontra-se em modo de artigo. Para ver as outras entradas vá para a Página Inicial ou Arquivo, no menu da direita.

03 Janeiro 2014

Sobre Grandes Escritores e (um d') os motivos pelos quais são grandes (negritos meus):

The second-rate works of a great writer are worth reading because they offer the best criticism of his masterpieces.

Here her difficulties are more apparent, and the method she took to overcome them less artfully concealed.

To begin with, the stiffness and the bareness of the first chapters prove that she was one of those writers who lay their facts out rather baldly in the first version and then go back and back and back and cover them with flesh and atmosphere.

How it would have been done we cannot say--by what suppressions and insertions and artful devices. But the miracle would have been accomplished; the dull history of fourteen years of family life would have been converted into another of those exquisite and apparently effortless introductions; and we should never have guessed what pages of preliminary drudgery Jane Austen forced her pen to go through.

Here we perceive that she was no conjuror after all. Like other writers, she had to create the atmosphere in which her own peculiar genius could bear fruit.

(in The Common Reader - First Series, Virginia Woolf).

E está tudo dito.

[Link Permanente

01 Janeiro 2014

É Refrescante Começar O Ano com a leitura de uma entrevista (bastante antiga) de Noémia Delgado a António de Macedo, que acabara de realizar a sua primeira longa-metragem, Domingo à Tarde, e encontrar estes preciosos comentários (in Jornal de Letras e Artes, 12 de Maio de 1965, pg. 4):

ND: Se pudesse realizar um argumento seu, qual o tema ou personagens que gostaria de tratar? Porquê?
AM: Ficção científica. Talvez por temperamento. E, depois, na ficção científica encontramos o «maravilhoso» que existe no «contar uma história». O que nos encanta nas histórias é a evasão e a consciencialização – que podem não ser incompatíveis. Creio que não devemos ir só para o que diverte, como nem só para o que adverte. Na ficção científica intensifica-se tanto a diversão (ou evasão) como a advertência. Há sempre um mundo diferente que em princípio nos pode encantar, mas no qual pode haver lugar para as mais trágicas consequências. A advertência existe no facto de esse mundo, quer queiramos quer não, ser facilmente (mesmo que apenas ficticiamente...) um prolongamento do nosso. E o facto de ser trazido ao nosso presente por meio da ficção confere-lhe um acréscimo de impressividade e portanto, de eficácia, que torna as obras de ficção científica (autênticas) das mais graves do nosso século.

A ginja no cimo do bolo surge, contudo, um pouco mais adiante:

ND: O cinema dito comercial não irá implicar uma alienação por parte do cineasta?
AM: Sim e não; porque se o cinema comercial significar um ritmo de narração que possa prender o espectador, o realizador pode, em princípio, introduzir na narração os problemas que lhe interessa contar.

Um dia, quando sentir que tenha lido e investigado o suficiente sobre o percurso do cinema português, desconfio que hei-de escrever uma história alternativa em que a perspectiva do António vingou atempadamente sobre todas as outras, empurrando certas obras e tendências anti-narrativas para os confins do esquecimento...

[Link Permanente

Site integrante do
Ficção Científica e Fantasia em Português
Texto
Diminuir Tamanho
Aumentar Tamanho

Folhear
Página Inicial

Arquivo

Subscrever
Leitor universal